O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou, por volta das 8h50 desta quarta-feira (26), à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento sobre os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro.
O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, tendo por base uma postagem feita pelo ex-presidente na madrugada entre os dias 10 e 11 de janeiro. Nela, Bolsonaro compartilhou vídeo com críticas ao sistema eleitoral brasileiro.
A postagem, que apresentava notícias falsas, já desmentidas, que o resultado das eleições era questionado, foi retirada do ar poucas horas depois da publicação.
Na avaliação de Moraes, a postagem pode indicar uma ligação entre o ex-presidente e os atos golpistas que resultaram na invasão e destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília, por apoiadores de Bolsonaro, insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais de outubro de 2022.
Além disso, a existência de uma minuta golpista encontrada durante buscas e apreensão na casa do seu então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também pesa para o lado do ex-presidente.
Conforme o documento, nos bastidores, membros do governo articulavam para manter Bolsonaro no poder. Ele terá que explicar sua ligação com a elaboração da minuta. Vale lembrar que Torres está preso desde janeiro por ligação com atos golpistas. O item poderá implicar Bolsonaro no grupo de mentores intelectuais do golpe.
E não para por aí. Possivelmente o ex-presidente terá que fornecer explicações sobre a inação diante dos acampamentos de apoiadores instalados em frente aos quartéis, bem como a falta de empenho em desmobilizar a obstrução de estradas após sua derrota.
A ida de Bolsonaro aos Estados Unidos e a presença de supostos mentores intelectuais da tentativa de golpe na sua estadia no País também estão na mira da PF.
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