23 de dezembro de 2024
Brasil

Bolsonaro nega que tenha pedido para tirar Tite do comando da seleção brasileira

Bolsonaro em conversa com apoiadores no cercadinho nesta segunda-feira (07)
Bolsonaro em conversa com apoiadores no cercadinho nesta segunda-feira (07)

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que não interferiu para mudar a composição da seleção brasileira de futebol. O governo federal tem sido alvo de críticas do técnico Tite e de jogadores da seleção por conta da decisão de sediar a Copa América em meio à pandemia de coronavírus, que registra mais de 470 mil mortos. O primeiro jogo está previsto para acontecer no próximo domingo, 13, no Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, onde o Brasil vai enfrentar a Venezuela.

“A minha participação na Copa América é abrir o Brasil para que ela fosse organizada aqui. Já tem os quatro Estados acertados, tudo certinho. No tocante a jogador, técnico, estou fora dessa, não tenho nada a ver com isso aí”, afirmou em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

Reportagem publicada no domingo pelo ge.globo apontou que Bolsonaro pressionou para que Tite fosse substituído por Renato Gaúcho, que está sem time desde que deixou de treinar o Grêmio em maio.

Desde a noite da última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais de bolsonaristas. Dezenas de internautas criticaram a posição do treinador, na coletiva de imprensa na Granja Comary. Tite fez críticas veladas à realização da Copa América no Brasil e prometeu esclarecer sua posição após os dois próximos jogos das Eliminatórias – o último será na terça-feira contra o Paraguai, em Assunção.

“Cada um tem na sua cabeça uma seleção e um técnico. Eu tenho a minha também, só que a minha eu falo com meus amigos. Nem para vocês eu falo, estão gravando aqui”, disse Bolsonaro nesta manhã quando falou com apoiadores.

No Twitter, o assunto alcançou relevância e ficou entre os mais comentados da rede social. Apoiadores do governo chamaram o treinador de “esquerdopata” e “lacrador” por conta de um possível boicote do técnico, sua comissão e até mesmo os jogadores à Copa América 2020, que será disputada no Brasil após a desistência da Colômbia (por problemas políticos internos) e da Argentina (pelo agravamento da pandemia). Em sua maioria, os internautas que usam a hashtag #ForaTite são favoráveis à realização da Copa América em território nacional e apoiam o presidente Jair Bolsonaro.

O vice-presidente Hamilton Mourão fez coro aos insatisfeitos com Tite e afirmou que ele pode ser técnico do Cuiabá, que na semana passada demitiu Alberto Valentim. “O técnico, ele não quer mais, não quer, o Cuiabá está precisando de um técnico, aí, não tá? Então leva lá, sai, pede o boné. Acho que isso é uma discussão, neste momento, totalmente disfuncional”, declarou o general em entrevista coletiva.

Em meio ao conflito por conta da realização do evento, o Comitê de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu afastar por 30 dias o presidente Rogério Caboclo. A decisão saiu neste domingo, e a entidade já foi notificada. A situação do dirigente ficou delicada após denúncia de uma funcionária que acusa o mandatário de assédio sexual e moral.

Agora a CBF será comandada pelo vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes. Ele ficará no comando durante o período de afastamento e uma reunião na entidade no Rio de Janeiro nesta segunda, com diretores e vice-presidentes, deve definir detalhes dos próximos passos. (Estadão Conteúdo)


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