23 de dezembro de 2024
Política

Bolsonaro nega agressão em manifestação e diz para jornalistas calarem a boca

Presidente dá entrevista ao deixar Planalto. (Foto: Reprodução)
Presidente dá entrevista ao deixar Planalto. (Foto: Reprodução)

Mesmo com registros de violência contra jornalistas na manifestação do último domingo (3), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (5), ao deixar o Palácio do Planalto, que não houve agressões. Ele não especificou se a declaração se referia a algum ato específico ou de todos. Também foram registradas atitudes agressivas em um protesto de enfermeiros na última sexta-feira (1), quando apoiadores do presidente hostilizaram os trabalhadores.

De acordo com Bolsonaro, a imprensa “superdimensionou” o fato. O presidente alegou, enquanto ouvia de uma mulher que contou estar na protesto dos enfermeiros e não ter visto agressão, que a intenção é tirá-lo do poder.

“Para vocês entenderem como é essa imprensa que está aí. Mandei levantar se houve corpo de delito. Ele não pediu corpo de delito. Tá certo? Não fez corpo de delito. Então, se houve agressão, verbal, o que eles fazem o tempo todo conosco. A gente não pega agressão nenhuma, zero, zero agressão. Mas houve um superdimensionamento daquilo por parte da mídia, porque o interesse deles é um só, é tirar a gente daqui”

O fotógrafo do Jornal Estado de São Paulo, Orlando Brito, agredido na manifestação de domingo, recebeu convite para almoçar com Bolsonaro. O G1 relata que o fotógrafo contou que o presidente disse que não teria como controlar a multidão.

“Ele [Bolsonaro] repetiu que ele não tem culpa, que a culpa é da multidão, que imagine se ele não vai recriminar uma história dessas”, disse Brito. “Ele disse que a multidão é incontrolável. Que ele jamais daria uma ordem para alguém agredir alguém”, acrescentou o fotógrafo.

Presidente se exalta

Questionado por jornalistas se havia pedido a troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Bolsonaro se exaltou e gritou contra os profissionais de imprensa. “Cala a boca, não perguntei nada!”

A troca na superintendência fluminense foi efetivada com a saída de Carlos Henrique Oliveira. Quando os repórteres tentaram questionar Bolsonaro novamente, o presidente repetiu a gritaria e disse que Oliveira está sendo promovido.

“Cala a boca! Cala a boca! Está saindo para ser diretor-executivo, a convite do atual diretor-geral. Não interfiro em nada. Se ele for desafeto meu e se eu tivesse ingerência na PF, não iria para lá. É a mensagem que vocês dão”, disse.


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