19 de novembro de 2024
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Bolsonaro fez apelo para que caminhoneiros não parassem: “Não interessa a nenhum de nós”

(Foto: Reprodução/Youtube)
(Foto: Reprodução/Youtube)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) apelou aos caminhoneiros para que não parassem os trabalhos. Ele aproveitou a oportunidade no cercadinho do Palácio do Alvorada na manhã desta quarta-feira (08/09) para fazer o pedido. “Se eu puder apelar para os caminhoneiros que não parem o Brasil”, destacou.

Bolsonaro disse que reconhecia a importância da classe mas que não era com a paralisação que os problemas seriam resolvidos. “Sei do poder que eles [caminhoneiros] têm, reconheço o trabalho que eles fazem, mas acredito que a paralisação não interessa a nenhum de nós. Agradeço aos caminhoneiros, por tudo que eles tem feito e suportado. Preço de combustível, pedágios altos, novas concessões…”

O apelo não foi efetivo e motoristas com raízes ideológicas investiram na paralisação em diversos estados brasileiros horas depois durante à tarde. Goiás foi um deles. Bloqueios em pontos da BR153, BR364 e GO020 foram feitos e o tráfego ficou tumultuado por algum tempo.

Na manhã desta quinta-feira (09/09) eles continuaram com motores desligados. Na BR153 em Itumbiara, de acordo com a PRF, o bloqueio da via é parcial para veículos de carga, com uma das faixas liberadas para carros de passeio, cargas perecíveis, emergências e transporte de passageiros.

Em Porangatu, não há interdição de fluxo, mas há manifestação com concentração de veículos de carga, o mesmo se dá no trecho da BR em Uruaçu.

O outro é na GO-020, no sentido Bela Vista-Goiânia. A Polícia Rodoviária Estadual (PRE) se dirigiu ao local, mas ainda não confirmou novas informações.

Em Mineiros, na BR-364, houve bloqueio parcial, mas a pista nesta quinta-feira (09/09) está totalmente liberada. Também no sudoeste, em Santa Rita do Araguaia, na BR-364, manifestantes chegaram a fazer bloqueio parcial, mas agora o trânsito flui normalmente e sem interdições.

Caminhoneiros autônomos não aderem a paralisações em Goiás, afirma líder 

A paralisação dos caminhoneiros que ocorre em vários pontos do estado de Goiás é movida substancialmente por celetistas funcionários de empresas ligadas ao agronegócio, de acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), Vantuir José Rodrigues. “Nós, trabalhadores autônomos, não temos nada a ver com essa paralisação. Não temos nada contra o Supremo Tribunal Federal”, destacou ao Diário de Goiás.

Vantuir destaca que elas não vão para frente e que em breve devem ser desmobilizadas. “Já estou sabendo que em Itumbiara tem perdido força”, pontuou. “Nós que trabalhamos de forma autônoma, não temos nada a ver com isso”.

Anteriormente, também em entrevista ao Diário de Goiás, Vantuir já havia descartado uma paralisação para dar corpo ao ato do dia 7 de setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. “Não concordamos com a paralisação”. “Nós não temos nada a ver com o STF não. O STF trabalha na Constituição. Não é para a categoria de caminhoneiros na frente para falar que vai tirar esse sistema de ministros do país não”, reforçou.

Não é só em Goiás que os caminhoneiros realizaram bloqueios em rodovias, o que gera temor na Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que divulgou nota nesta quarta-feira (08/07) repudiando as paralisações.

Entidade teme desabastecimento

“NTC&Logística vem manifestar total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do País, por influência de supostos líderes da categoria. Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, afirmou a associação em nota.

No posicionamento, a Associação destaca que é fundamental os governos federais e estaduais adotarem providências para assegurar o “direito de ir e vir” e a circulação das rodovias em “todo o território nacional”. A preocupação gira em torno, inclusive, do abastecimento à população.  “As empresas de transporte rodoviário de cargas, desde que garantido o livre trânsito dos seus veículos, terão condições de assegurar a continuidade do normal abastecimento em toda a cadeia de produção e consumo para a tranquilidade de todos”, afirma a entidade.


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