O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido a uma cirurgia de emergência na noite desta quarta-feira (12) no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A informação foi confirmada à reportagem pelo presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Nabhan Garcia, que é amigo e apoiador de Bolsonaro e está no hospital com o deputado.
“Tecnicamente não sei o por quê, mas ele teve de ser submetido a uma cirurgia porque não passou bem ontem [terça-feira, 11] e nem hoje [quarta]”, disse Garcia. “Ele está em cirurgia agora, foi submetido há pouquíssimo tempo a essa cirurgia.”
De acordo com boletim médico divulgado há pouco pelo Hospital Albert Einstein, Bolsonaro teve uma aderência obstruindo o intestino delgado.
O hospital informou que o candidato teve náuseas e foi submetido a uma tomografia. O resultado levou a equipe médica a submetê-lo a nova cirurgia, que está em curso neste momento, conduzida pelo médico Antônio Macedo.
O quadro clínico do capitão reformado piorou na manhã desta quarta, quando foi reintroduzida a alimentação venosa após ele ter reagido mal à tentativa de reiniciar o trânsito intestinal com o consumo de sólidos.
Os médicos decidiram pela operação quando ficou claro que o quadro evoluiu para ou uma obstrução completa do intestino delgado ou para o risco de necrose de partes do órgão. São decorrências comuns em casos assim, e graves.
Segundo Gustavo Bebianno, presidente do PSL e advogado de Bolsonaro, a cirurgia, que começou por volta das 23h, tem previsão de durar duas horas. O procedimento é considerado delicado porque Bolsonaro terá que passar por uma nova anestesia geral em um momento em que ainda se encontra debilitado.
“O capitão não passou bem à noite, teve muitas náuseas, chegou a vomitar, teve muita distensão abdominal. Passou 24 horas agonizando. Pelo que entendi, duas alças do intestino colaram e obstruíram a região”.
Segundo Bebianno, a família está preocupadíssima. “A mulher dele, Michelle, ja tinha ido embora e voltou às pressas. Estamos acompanhando eu, o filho Carlos e a mulher”
O deputado estadual Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidenciável, usou as redes sociais para se pronunciar sobre o estado de saúde do pai e pediu orações. “Meu pai está fazendo uma nova cirurgia agora, peço que continuem as orações, o estado dele ainda é grave.”, escreveu nas redes sociais.
Mensagens de pedido de apoio foram publicadas por outros dois filhos do capitão reformado: Renan Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Entenda a cirurgia
A aderência ocorre quando dois tecidos do corpo grudam, formando uma espécie de cicatriz. Acontece como resposta do organismo a fatores como cirurgia ou processo inflamatório.
Segundo médicos ouvidos pela reportagem, a cirurgia (laparotomia) a que Bolsonaro foi submetido tem a finalidade de desgrudar esses tecidos para restabelecer o trânsito intestinal.
Após soltar as alças intestinais, os cirurgiões devem fazer uma lavagem de toda a cavidade abdominal e observar se o intestino volta a funcionar. Às vezes, a movimentação intestinal já começa a acontecer ainda durante a cirurgia.
De acordo com especialistas, aderências e abcessos podem acontecer em casos como o de Bolsonaro por conta do alto risco de infecções provocado pelas fezes que caíram na cavidade abdominal pós a perfuração do intestino. (Folhapress)
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