O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (12) que o governo federal comprará vacina contra a covid-19 quando houver aprovação do Ministério da Saúde e registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O tom é diferente do que foi usado pelo presidente nas últimas semanas, com polêmicas sobre a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac. Bolsonaro vinha dizendo que o governo não compraria o imunizante.
Sem citar nomes, o presidente destacou que faria a compra da vacina, “mas não ao preço que um caboclo aí quer”. O grande patrocinador da CoronaVac no Brasil é o governador de São Paulo, João Doria, também adversário político de Bolsonaro.
“Quem vai decidir sobre a vacina no Brasil: Ministério da Saúde, obviamente, e depois a certificação da Anvisa. Da minha parte, havendo a vacina, comprovada pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, a gente vai fazer uma compra”, disse antes de mencionar o “caboclo”. “Nós vamos querer uma planilha de custos e, da minha parte – sei que não compete a mim isso aí – eu quero saber se esse país usou a vacina lá no seu país”, acrescentou, em referência à China.
Nesta semana, a Anvisa chegou a suspender os testes da CoronaVac após um “evento adverso grave”. Informações apuradas pela imprensa, no entanto, mostraram que a morte de um voluntário teria sido por suicídio e não relacionada à vacina. Os testes foram retomados pouco mais de 24 horas após a suspensão.
Obrigatoriedade
Bolsonaro também reiterou o posicionamento contrário à obrigatoriedade da vacina. “No que depender de mim também, a vacina não será obrigatória. Você toma vacina obrigada, o que tu acha aí?”, perguntou ele. “Não, não. Tem uma questão chamada no Brasil de direitos humanos e que a gente vai ver essa vacina à luz dos direitos humanos. Isso (a obrigatoriedade) é violação de direitos humanos”, respondeu a ministra Damares.
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