Em audiência de custódia realizada no início da tarde deste domingo (23), Jair Bolsonaro declarou que a tentativa de tirar a tornozeleira eletrônica, causando avaria no equipamento, foi decorrente de um surto, motivado por “paranoia”. O ex-presidente confirmou que mexeu no equipamento, mas negou que havia intenção de fuga e colocou a culpa da ação em uma provável interação medicamentosa.
Segundo ele, tinha tomado dois medicamentos (Pregabalina e Sertralina) receitados por médicos diferentes, que associados ao “sono picado”, ocasionaram na ação. Na madrugada de sábado (22), ele disse ter tido uma certa “alucinação de que tinha alguma escuta na tornozeleira” e por isso tentou abrir a tampa do equipamento utilizando ferro de solda.
A declaração foi registrada na ata da audiência, que durou cerca de 30 minutos e foi conduzida pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro participou por videoconferência, direto da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde segue preso.
Após a audiência, a juíza decidiu manter a prisão do ex-presidente e homologou o cumprimento do mandado de prisão, constatando que não houve “qualquer abuso ou irregularidade por parte dos policiais”. Neste domingo (23), termina o prazo para a apresentação dos últimos recursos pelas defesas. Se os recursos forem rejeitados, as prisões de Bolsonaro e dos demais réus podem ter as penas executadas nas próximas semanas.
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