A Bolsa iniciou a quinta-feira (5) impulsionada pelo otimismo com a recuperação do país, após o Itaú Unibanco, considerado conservador em suas estimativas, melhorar a projeção para a economia brasileira. Ao longo do dia, porém, o mercado acionário perdeu fôlego e acabou fechando praticamente estável.
Já o dólar interrompeu uma série de cinco sessões de baixa e voltou a ganhar força ante o real.
O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, subiu 0,03%, para 76.617 pontos. O dia foi de forte volume negociado, com giro de R$ 11 bilhões -a média diária do ano é de R$ 8,3 bilhões.
O dólar comercial subiu 0,67%, para R$ 3,153. O dólar à vista se valorizou 0,42%, para R$ 3,138.
Na máxima, o Ibovespa atingiu 78.024 pontos, sua maior pontuação histórica em negociações. A injeção de ânimo veio com a revisão que o Itaú Unibanco fez de suas projeções para a economia brasileira neste ano.
O banco passou a ver o real mais valorizado em relação ao dólar (R$ 3,25, contra R$ 3,35 anteriormente), inflação menor (3%, frente a 3,2%) e taxa Selic em 6,5% -a previsão anterior era de 7%.
“Essa mudança trouxe motivação para o investidor, por ser um player que adotou o conservadorismo ao longo do ano e agora abriu e colocou no preço um desenho mais otimista para a economia”, avalia Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial.
Ao longo do pregão, outras notícias contribuíram para que a Bolsa subisse. A agência de notícias Reuters informou que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) já teria definido sua equipe econômica para concorrer às eleições de 2018.
O nome do ministro agrada ao mercado, principalmente pela percepção de que ele daria continuidade à agenda de reformas iniciadas no governo de Michel Temer, diz Figueredo.
Por fim, o Tesouro Nacional anunciou que recomprou US$ 419 milhões em títulos globais.
Ações
Dos 59 papéis do Ibovespa, 30 subiram e 29 caíram.
O setor de energia liderou os avanços do índice. Os papéis da Taesa subiram 3,20%, enquanto as ações da Cemig se valorizaram 2,19%.
Os papéis da Petrobras subiram acompanhando a valorização dos preços do petróleo no exterior. A alta da commodity ocorreu pela expectativa de que a Arábia Saudita e a Rússia vão estender os cortes na produção, embora as exportações recordes dos Estados Unidos e o retorno da produção de um campo petrolífero na Líbia limitem a valorização no mercado.
As ações preferenciais da estatal subiram 1,53%, para R$ 15,90. As ações ordinárias tiveram valorização de 1,59%, para R$ 16,57.
A mineradora Vale teve queda nesta sessão, seguindo a desvalorização de 0,92% do minério de ferro. Os papéis ordinários da empresa caíram 1,04%, para R$ 32,27. As ações preferenciais recuaram 0,70%, para R$ 29,80.
Os papéis do Itaú Unibanco subiram 1,60%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 0,08%, e as ordinárias tiveram alta de 0,20%. O Banco do Brasil teve valorização de 1,63%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 1,87%.
Dólar
No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 23 das 31 principais moedas do mundo.
A alta ocorreu antes da divulgação, nesta sexta, de dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos.
“Esses dados vão dar uma definição geral sobre o terceiro aumento de juros nos EUA. Em me arrisco a dizer que nesta sexta os investidores deixarão de se preocupar com a pressão inflacionária gerada pelo aumento da renda e passarão a querer saber quem vai substituir a Janet Yellen no Fed”, diz Figueredo.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou pelo oitavo dia. A queda foi de 0,66%, para 184,9 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,469% para 7,459%. A taxa para janeiro de 2019 teve alta de 7,310% para 7,340%. (Folhapress)
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