23 de dezembro de 2024
Economia

Bolsa supera 76 mil pontos com ajuda da Petrobras; dólar fecha em baixa

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

A Bolsa brasileira fechou em leve alta nesta quarta (20) e superou a marca de 76 mil pontos sustentada pela forte valorização das ações da Petrobras. O dólar, que chegou a cair para R$ 3,11, diminuiu a queda após o banco central americano sinalizar que fará um terceiro aumento de juros neste ano.

O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas da Bolsa, subiu 0,04%, para 76.004 pontos.

O dólar comercial teve leve queda de 0,19%, para R$ 3,131. O dólar à vista recuou 0,52%, para R$ 3,118.

A principal notícia desta quarta foi a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Com a inflação longe da meta de 2% ao ano, o Fed decidiu manter os juros na faixa entre 1% e 1,25% ao ano.

No entanto, nas projeções econômicas divulgadas junto com o comunicado o banco central americano sinalizou um terceiro aumento de juros neste ano. Economistas consultados pela agência internacional Bloomberg projetam que a alta ocorrerá na reunião de dezembro, considerando que a probabilidade de manutenção dos juros nos EUA no encontro de novembro é de 97,2%.

O Fed também informou que vai começar, em outubro, a reduzir seu balanço patrimonial de aproximadamente US$ 4,2 trilhões em títulos e papéis lastreados em hipotecas, cortando inicialmente até US$ 10 bilhões a cada mês do volume de títulos a vencer que o Fed reinveste.

“O mercado reagiu diante de um Fed que manteve viva a possibilidade de que os juros subam mais uma vez neste ano. O dólar conseguiu ganhar um pouco de força e recuperar parte da queda que tinha”, afirma Ignácio Crespo, economista da Guide Investimentos.

Em discurso após a decisão, a presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou que o plano de normalização do balanço patrimonial deve ocorrer de forma “gradual e previsível”, de forma que o mercado consiga absorver os impactos da redução dos títulos na carteira do banco central americano.

A indicação de um terceiro aumento dos juros neste ano fez o dólar se voltar ante 20 das 31 principais divisas mundiais nesta quarta.

Aqui, o Banco Central vendeu a oferta de 12 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em outubro. Até agora, já foram rolados US$ 2,4 bilhões dos US$ 9,975 bilhões que vencem no próximo mês.

O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil subiu 12,22%, para 202,1 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em queda. A taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2018 recuou de 7,580% para 7,575%. A taxa para janeiro de 2019 caiu de 7,390% para 7,350%.

Ações

A Bolsa brasileira fechou em patamar recorde, com ajuda da valorização das ações da Petrobras, em dia em que os preços do petróleo fecharam em alta.

Os papéis preferenciais da estatal subiram 4,82%, para R$ 15,87. As ações ordinárias se valorizaram 3,80%, para R$ 16,38. Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, declarou que a Petrobras poderia ser credora de mais de US$ 12 bilhões ao final do processo de cessão onerosa com o governo federal.

As ações da Vale fecharam em baixa, apesar da alta de 1,16% do minério de ferro. As ações ordinárias recuaram 2,21%, para R$ 33,17. As ações preferenciais tiveram queda de 2,11%, para R$ 30,67.

No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 1,05%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,58%, e as ordinárias tiveram baixa de 0,80%. As ações do Banco do Brasil subiram 0,64%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se desvalorizaram 0,63%.

Apesar do recorde, a Bolsa em termos reais ainda está distante do maior nível histórico de 2008, indica relatório do banco Votorantim. Mas pode haver “exagero de curto prazo”.

“Nossos modelos indicam que os níveis correntes das principais variáveis explicativas são compatíveis com um Ibovespa próximo a 70 mil pontos, abaixo, portanto, dos níveis atuais. Não descartamos, com isso, eventuais exageros de curto prazo”, afirma o relatório.

O banco vê riscos à frente, entre eles a normalização da política monetária nos Estados Unidos e na Europa, as tensões geopolíticas e a desaceleração gradual da economia chinesa, o que impacta os preços de commodities. “Internamente, as incertezas fiscais e o ciclo político de 2018 reforçam as dúvidas globais. Com isso, os preços atuais parecem pouco ajustados ao ambiente local e global e elevam o risco do mercado acionário”. (Folhapress)


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