Os mercados operaram nesta terça-feira (20) em compasso de espera pelo resultado das reuniões de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e do banco central do Japão (BOJ, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (21).
As expectativas são de que o Fed manterá as taxas de juros inalteradas. Os investidores também esperam que o BC japonês amplie os estímulos econômicos.
Entretanto, o dólar e as Bolsas mundiais tiveram comportamentos mistos nesta sessão. Operadores comentam ainda o baixo volume de negócios, refletindo o clima de cautela.
Contribuiu para as apostas de manutenção dos juros americanos o índice de novas construções de casas nos EUA em agosto, que caiu 5,8% sobre julho, acima do esperado pelo mercado.
No Brasil, o dólar recuou, enquanto o Ibovespa subiu, impulsionado pelos papéis da Petrobras. As ações preferenciais da estatal ganharam mais de 3% após a divulgação do novo plano de negócios da companhia, que agradou ao mercado.
“O mercado aposta em novos incentivos pelo BOJ e no adiamento ao menos para dezembro de alta nos juros nos EUA”, ressalta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório. “Ou seja, não é apenas a manutenção dos juros nos EUA que está em jogo; é muito mais do que isto. O mercado acredita ainda que a liquidez [mundial] deverá permanecer por mais tempo”, acrescenta.
CÂMBIO E JUROS
O dólar comercial terminou a sessão em queda de 0,51%, a R$ 3,2610; o dólar à vista fechou em leve alta de 0,03%, a R$ 3,2640.
Como tem ocorrido nos últimos dias, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 recuou de 13,955% para 13,930%; o contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 12,540% para 12,470%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 ficou estável em 12,070%.
O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, no entanto, subia 5,94%, aos 283,000 pontos. Segundo analistas, o CDS refletia a cautela em relação às decisões do Fed e do BOJ, nesta quarta-feira.
BOLSA
O Ibovespa fechou em alta de 0,67%, aos 57.736,46 pontos. O giro financeiro foi fraco, de R$ 5,3 bilhões.
Os papéis PN da Petrobras ganharam 3,44%, a R$ 13,50, e os ON subiram 1,07%, a R$ 15,05, mesmo com a fraqueza nos preços do petróleo no mercado internacional. O novo plano de negócios da companhia, que reduziu em 25% a projeção de investimentos em relação ao plano anterior, agradou aos investidores.
Para Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos, embora os números já fossem esperados, o novo plano de negócios agradou ao mercado. “As metas do novo plano são mais realistas, com menos investimentos e mais desinvestimentos”, afirma. “Um ponto muito importante é o foco na redução da alavancagem da companhia”, acrescenta.
A maioria dos papéis do setor financeiro também terminou no terreno positivo: Itaú Unibanco PN, +0,22%; Bradesco PN, +1,09%; Bradesco ON, +1,44%; Banco do Brasil ON, +2,72%; Santander unit, +0,04%; e BM&FBovespa ON, -0,35%.
Já as ações da Vale caíram 0,77%, a R$ 14,36 (PNA), e 0,24%, a R$ 16,70 (ON).
EXTERIOR
Em Nova York, o índice S&P 500 encerrou a terça-feira com ganho de 0,03%; o Dow Jones, +0,05%; e o Nasdaq, +0,12%.
Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 0,25%; Paris, -0,13%; Frankfurt, +0,19%; Madri, -0,34%; e Milão, -1,17%.
Na China o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,18%. O índice de Xangai perdeu 0,09%. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,16%, a 16.492 pontos.(FolhaPress)
Leia mais sobre: Economia