12 de setembro de 2024
REDUÇÃO DA EVASÃO • atualizado em 10/11/2023 às 13:56

Bolsa para alunos do ensino médio reduziu abandono escolar em Goiás

Programa Bolsa Estudo repassa o dinheiro todo mês, mas exige frequência e notas para garantir o depósito, levando Goiás ao segundo menor abandono escolar nacional
Secretária Fátima Gavioli e governador Ronaldo Caiado têm celebrado resultados da estratégia - foto: Divulgação/Seduc
Secretária Fátima Gavioli e governador Ronaldo Caiado têm celebrado resultados da estratégia - foto: Divulgação/Seduc

Goiás tem a segunda menor posição nacional em abandono escolar no Ensino Médio.   O bom resultado se deve a uma estratégia do Governo Estadual que envolve a liberação de dinheiro na forma de um cartão de crédito para os estudantes. Dados da Secretaria da Educação de Goiás indicam a redução de 19% de evasão, em 2019, para 8% em 2023.

Trata-se do Bolsa Estudo, que dá R$ 111,92 por mês a cada estudante que assistir 75% das aulas e tiver média escolar de no mínimo 6 a cada bimestre. (Confira dados do programa no infográfico abaixo)

Esta vinculação do repasse do dinheiro à frequência e notas, foi a estratégia que fez com que Goiás tivesse um percentual de 1,8% de abandono escolar no Ensino Médio, atrás apenas de Pernambuco, com 1,5%.

Índice nacional

Nacionalmente, o índice de abandono nessa faixa chega a 6,6%. Na Região Centro-Oeste, o segundo colocado é o Distrito Federal, com 4,7%, seguido de Mato Grosso, que está na décima posição dos estados brasileiros, com 5,5%. A pior situação nacional é na Bahia, com 13% de abandono escolar.

Os dados são do Censo Escolar de 2022 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele apontou o percentual de estudantes que abandonaram a escola durante 2022.

Os dados são citados com orgulho pela secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli. O governador Ronaldo Caiado, sempre que está em grandes eventos, também relaciona o investimento com o resultado positivo.

Evolução do benefício

O Bolsa Estudo foi instituído em 2021.  O investimento total no programa nos três anos ultrapassa R$ 394 milhões. A média de investimento mensal é de R$ 20 milhões. Em 2023, foram aplicados R$ 168 milhões.

Gavioli chama a atenção para o fato de o benefício não ser como os programas de transferência de renda tradicionais.

“O Bolsa família não está atrelado a resultados como o Bolsa Estudo. Quem não frequenta ou fica abaixo da média não recebe e isso fez a diferença”, explica. Segundo ela, outros estados têm benefícios parecidos, mas o único atrelado a resultados é o goiano.

Através do Sistema de Gestão Escolar (SIGE) os professores lançam os dados de frequência e notas dos alunos. Com isso, a Seduc suspende ou libera o valor da Bolsa Estudo todo dia 15.

Compra de comida

Dos 459.283 estudantes matriculados nas escolas goianas, todos os 220 mil do Ensino Médio têm direito ao benefício através de um cartão de crédito pré-pago. Eles podem comprar onde a bandeira do cartão é aceita e somente não podem fazer compras em sites internacionais.

Mesmo assim, dados apresentados à Secretaria de Educação (Seduc) indicam que 72% dos estudantes utilizam o benefício para a compra de comida. “Eles utilizam na alimentação, em lanches, por exemplo, e só depois gastam com roupas e calçados”, cita Fátima Gavioli.

Injeção de recursos

O Bolsa Estudo é parte significativa do incentivo à permanência na escola, mas não está isolado. Kits de uniforme que vão de calças e camisetas, até tênis e meias, também ajudam na economia familiar e, consequentemente, na manutenção dos estudantes nas escolas.

Agregando ainda mais valor à atividade estudantil, utilizando recursos do Tesouro Estadual, a Seduc passou a também a financiar mochilas, estojos e kits escolares com caderno universitário, calculadora, esquadro, cola, etc, além de Chromebooks para uso individual com acesso à internet para fins de estudo.

Arte: Infográfico criado por Maria Paula


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