30 de dezembro de 2024
Economia

Bolsa fecha estável e dólar sobe após ameaça de Trump à Coreia do Norte

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

O bom humor dos investidores no mercado acionário brasileiro observado na maior parte da sessão não se sustentou até o final desta terça-feira (8), minado por ameaças do presidente americano Donald Trump à Coreia do Norte e após a sinalização de Rodrigo Maia (DEM-RJ) de que vai barrar o aumento no Imposto de Renda estudado pelo governo.

O Ibovespa, que chegou a subir 0,8%, fechou em baixa de 0,06%, aos 67.898 pontos.

O dólar comercial fechou em alta de 0,15%, para R$ 3,131. O dólar à vista terminou o dia quase estável, com queda de 0,01%, para R$ 3,127.

O mercado financeiro caminhava uma sessão tranquila, mas o alerta do republicano Donald Trump ao regime norte-coreano provocou preocupação entre os investidores locais e internacionais, afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

A Coreia do Norte teria atingido capacidade de produzir mísseis nucleares, de acordo com avaliação confidencial obtida pelo jornal “The Washington Post”.

As conclusões devem agravar as preocupações com a evolução da ameaça militar norte-coreana, que parece avançar muito mais rapidamente do que muitos especialistas previam.

Em resposta, Trump afirmou nesta terça-feira que a Coreia do Norte vai se deparar com “fogo e fúria e, francamente, com poderes nunca vistos antes pelo mundo” se o governante norte-coreano, Kim Jong-un, continuar a ameaçar os EUA.

A ameaça bastou para inverter a tendência de alta observada nos mercados americanos, e o Ibovespa acompanhou a piora do humor no exterior.

O alerta de Rodrigo Maia de que barraria um eventual aumento de impostos na Câmara também ajudou a piorar o humor dos investidores. Mais cedo, o presidente Michel Temer havia confirmado estudos sobre o assunto, ressaltando que eles são rotineiros, mas que não havia nada decidido.

A alta ajudaria o governo a aumentar a arrecadação, em um momento em que se discute a revisão da meta fiscal pela dificuldade de atingir o objetivo de deficit de R$ 139 bilhões neste ano.

Ações

As ações da mineradora Vale fecharam em baixa, acompanhando a queda do minério de ferro no exterior após dados fracos de balança comercial na China.

Os papéis mais negociados da Vale caíram 1,29%, para R$ 29,85. As ações ordinárias recuaram 1,14%, para R$ 32,05.

A desvalorização do petróleo também arrastou as ações da Petrobras. Os papéis mais negociados da estatal caíram 0,44%, para R$ 13,49. As ações com direito a voto tiveram queda de 0,86%, para R$ 13,90.

No setor financeiro, os papéis de bancos subiram. As ações do Itaú Unibanco tiveram alta de 1,22%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 1,05%, e as ordinárias subiram 0,42%. Os papéis do Banco do Brasil terminaram o dia estáveis, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 2,34%.

As ações da JBS dispararam 7,55% após o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sinalizar que seria positiva a saída de Wesley Batista da presidência da empresa.

As maiores quedas do Ibovespa foram registradas por papéis de exportadoras. A Suzano caiu 3,16% e a Fibria recuou 2,99%.

Risco

A moeda americana fechou sem direção definida entre as principais divisas internacionais. O dólar ganhou força entre 15 das 31 principais moedas mundiais.

O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) brasileiro subiu 1,11%, para 197,3 pontos, após sete recuos consecutivos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O contrato para janeiro de 2018 recuou de 8,190% para 8,180%. Já o contrato para janeiro de 2019 teve alta de 8,030% para 8,050%. (Folhapress)


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