23 de novembro de 2024
Economia

Bolsa cai mais de 2% e dólar encosta em R$ 4,16 após pesquisa Datafolha

Dólar. (Foto: Marcelo Fonseca/Folhapress)
Dólar. (Foto: Marcelo Fonseca/Folhapress)

O dólar avançou mais de 1% nesta terça-feira (11) com agentes financeiros digerindo os resultados da última pesquisa Datafolha, divulgada na noite de segunda (10).

O dólar comercial subiu 1,48%, para R$ 4,155. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 4,18.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, perdeu 2,33%, a 74.656 pontos.

Investidores não reagiram bem ao avanço de candidatos da esquerda. A pesquisa mostrou Ciro Gomes (PDT) em segundo lugar na disputa, com 13% das intenções de voto, ante 10% no levantamento anterior.

Fernando Haddad (PT), que deve ser confirmado como candidato no lugar de Lula nesta tarde, saltou de 4% para 9% e encontra-se tecnicamente empatado em segundo não só com Ciro, mas também com Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede).

“Estamos a menos de um mês da eleição e o cenário ainda está em aberto e, mais uma vez, essa incerteza será o grande driver de volatilidade por aqui”, escreveu a Guide Investimentos em relatório.

O tucano, candidato preferido pelo mercado por ser visto como um nome mais reformista, demonstrou que dominar 44% do tempo de propaganda na TV não foi, até o momento, suficiente para que ele deslanchasse nas pesquisas. As intenções de voto em Alckmin subiram apenas um ponto percentual, de 9% para 10%.

Marina despencou de 16% para 11%. Apesar do esforço da candidata para se consolidar como a favorita entre as mulheres, foi entre as eleitoras que ela viu sua maior queda nas três últimas semanas: perdeu seis pontos percentuais, de 19% para 12% desde a pesquisa anterior.

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, segue na liderança com 24% das intenções de voto -antes tinha 22%. O mercado se frustrou, no entanto, porque esperava que o ataque a faca que o candidato sofreu na última semana poderia dar mais tração à sua candidatura e enfraquecer a esquerda.

Em relatório, a Rico Investimentos destacou ainda que o ataque não foi suficiente para inverter a trajetória de alta de rejeição a Bolsonaro, que passou de 39% para 43%.

“(Mas) é importante esperar uma segunda e até uma terceira pesquisa depois do evento Bolsonaro para confrontá-las, definir uma tendência”, ponderou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.

Os investidores também monitoravam o cenário externo, onde permanecem as preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, depois que o presidente americano, Donald Trump, disse que está pronto para impor tarifas sobre praticamente todas as importações chinesas.

Também no front externo, Pequim disse que pedirá à OMC (Organização Mundial do Comércio) na próxima semana permissão para impor sanções aos EUA, alegando que Washington não observa uma regra em disputa sobre taxas de dumping que a China iniciou em 2013.

Pequim já conseguiu um parecer favorável da OMC na disputa, relacionada a várias indústrias, incluindo de maquinário e eletrônicos, com um valor anual de exportações de até US$ 8,4 bilhões.

Lá fora, Wall Street, que chegou a abrir em baixa, fechou em alta. O Dow Jones, principal índice de Nova York, avançou 0,450,56%. As principais Bolsas da Europa, por outro lado, seguem no vermelho.

Das 31 principais divisas do mundo, 11 se desvalorizam em relação ao dólar. O movimento é liderado pelo real (-1,60%), seguido pelo peso argentino (-1,43%).

O Datafolha ouviu 2.804 eleitores em 197 municípios no dia 10 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TSE com o número BR 02376/2018. O nível de confiança é de 95%. (Folhapress) 

{nomultithumb}


Leia mais sobre: Economia