25 de novembro de 2024
Economia

Bolsa cai e dólar sobe em meio à cautela nos cenários interno e externo

Como na sessão anterior, a terça-feira (11) foi marcada pela cautela nos mercados financeiros globais, em meio às tensões geopolíticas relativas à Síria e à Coreia do Norte.

No campo doméstico, as incertezas sobre a reforma da Previdência diminuíram um pouco depois que o presidente da comissão que analisa o projeto, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou que a proposta será aprovada com no mínimo 350 votos na Câmara, o que representa mais de 68% dos 513 deputados.

“O tom mais conciliador entre o Palácio do Planalto e líderes dos partidos na Câmara, nas negociações para aprovar a reforma, contribuiu para aliviar as preocupações dos investidores”, avalia Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.

Entretanto, na reta final do pregão, a notícia de que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo de Michel Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, aumentou o nervosismo do mercado.

A lista é baseada na chamada “lista do Janot”, mandada ao STF no dia 14 de março. Ao todo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou 83 pedidos de inquérito ao tribunal, com base nas delações dos 77 executivos da empreiteira Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

Depois de recuar quase 2% durante a sessão, e na véspera do vencimento de opções sobre índice, o Ibovespa fechou em queda de 0,45%, aos 64.359,79 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8 bilhões.

As ações da Petrobras caíram 1,74% (PN) e 2,43% (ON), enquanto as da Vale perderam 1,26% (PNA) e 1,27% (ON).

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 0,18%; Bradesco PN ganhou 0,24%; Bradesco ON, +0,34%; Banco do Brasil ON, +0,09%; e Santander unit, +0,28%.

Fora do índice, as ações preferenciais da companhia aérea Azul estrearam na Bolsa e encerraram o pregão com ganho de 6,67%, a R$ 22,40 a ação. Os papéis preferenciais da rival Gol subiram 6,63%, a R$ 10,30.

As ações de ambas as companhias foram beneficiadas pela iniciativa do governo de derrubar o limite para o capital estrangeiro nas empresas do setor, que atualmente é de 20%.

Câmbio e juros

Já o dólar comercial subiu 0,19%, a R$ 3,1450, após ter atingido a cotação máxima de R$ 3,1560 durante a sessão.

No mercado de juros futuros, na véspera da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central sobre a taxa básica de juros, os contratos de curto prazo recuaram, enquanto os de longo prazo avançaram, refletindo o aumento da aversão ao risco.

A maior parte do mercado aguarda uma redução de 1 ponto percentual da Selic, para 11,25% ao ano.

O contrato de DI para janeiro de 2018 caiu de 9,670% para 9,615%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançou de 9,810% para 9,840%; e o DI para janeiro de 2026 subiu de 10,165% para 10,230%.

O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, avançava 1,04%, aos 223,828 pontos. (Folhapress)


Leia mais sobre: Economia