A Bolsa brasileira manteve desempenho semelhante ao de seus pares internacionais nesta quinta (18) e fechou em baixa, em dia de realização de lucros dos investidores e de agenda esvaziada no Brasil. O dólar fechou a R$ 3,21, no segundo dia de desvalorização e em dia sem tendência definida nos mercados externos.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, fechou em baixa de 0,28%, para 80.962 pontos. O volume financeiro negociado ficou em R$ 9,54 bilhões -a média de janeiro está em R$ 10,9 bilhões.
O dólar comercial teve queda de 0,21%, para R$ 3,210. O dólar à vista recuou 0,21%, para R$ 3,211.
Após bater novo recorde nominal na quarta-feira, a Bolsa brasileira não conseguiu manter os 81 mil pontos nesta sessão, com os investidores decidindo embolsar ganhos obtidos em pregões anteriores.
“Nesse começo de ano, com o recesso parlamentar, estamos refletindo o fluxo externo. São 17 pregões consecutivos de ingresso de capital, e os estrangeiros respondem por quase 50% do volume de negócios aqui”, diz Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos.
A expectativa dos investidores é que a recuperação da economia brasileira se traduza em lucros maiores para as empresas. “Agora estamos em uma situação mais tranquila. As empresas listadas têm capacidade melhor de gerenciamento de despesas e de recursos e devem apresentar um lucro bem melhor. Lá fora, onde os resultados corporativos já começaram a sair, a maioria das empresas teve resultado melhor que o esperado”, complementa.
O risco para essa lua-de-mel no exterior vem dos bancos centrais de países desenvolvidos, que começam a normalizar suas políticas monetárias. “Já houve divergências em torno do banco central europeu. O ritmo da normalização vai determinar o reflexo no mercado”, diz.
Mas, por enquanto, os dados seguem mostrando recuperação da economia mundial. Nesta quinta, a China informou que seu PIB (Produto Interno Bruto) fechou o ano passado com um crescimento de 6,9%.
Ações
Depois do fechamento do mercado brasileiro, a agência de notícias Reuters publicou a informação de que a Boeing tenta superar as objeções de militares brasileiros a uma aliança da empresa americana com a Embraer.
A americana estaria estudando alternativas para preservar os direitos de veto do governo a decisões estratégicas e salvaguardas para seus programas de defesa, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
Os depósitos de ações da Embraer negociados em Nova York, que caíam 1,62%, interromperam a queda e passaram a subir 0,61% com a notícia. Aqui, as ações da Embraer fecharam em queda de 1,66%, para R$ 19,57.
No Ibovespa, das 64 ações, 46 caíram e 18 tiveram alta.
A maior queda veio dos papéis da BRF, que recuaram 3,65%.A CSN teve queda de 3,3%, e a Via Varejo recuou 3,07%.
A Suzano se valorizou 6,87%. A Fibria teve alta de 5,09%, e a Klabin subiu 3,55%.
As ações da Petrobras fecharam em baixa, depois da alta de quase 4% na sessão anterior e em dia de recuo dos preços do petróleo no exterior. As ações preferenciais da estatal recuaram 0,76%, para R$ 18,22. Os papéis ordinários se desvalorizaram 0,15%, para R$ 19,44.
As ações ordinárias da Vale tiveram baixa de 0,67%.
No setor bancário, os papéis do Itaú Unibanco tiveram baixa de 0,24%. As ações preferenciais do Bradesco caíram 0,11%, e as ordinárias subiram 0,40%. O Banco do Brasil teve baixa de 0,68%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil perderam 0,70%.
Dólar
A moeda americana ganhou força ante 16 das 31 principais divisas do mundo.
O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil fechou em alta de 0,55%, para 146,6 pontos, no segundo dia de alta.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram resultados mistos. O contrato para abril de 2018 caiu de 6,755% para 6,746%. O contrato para janeiro de 2019 subiu de 6,905% para 6,920%. (Folhapress)
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