O início do julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dominou as atenções dos investidores nesta terça-feira (6), mas a avaliação de que o desfecho pode favorecer o presidente fez a Bolsa subir e o dólar recuar nesta sessão.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, fechou em alta de 0,81%, para 62.954 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 6,67 bilhões, abaixo da média diária do ano, de R$ 8,33 bilhões.
O dólar comercial fechou em baixa de 0,30%, para R$ 3,278. O dólar à vista recuou 0,16%, para R$ 3,282.
A expectativa com o julgamento da chapa Dilma-Temer movimentou o mercado financeiro nesta terça. “Está um cenário bastante incerto, tem gente que acha que haverá pedido de vistas, o que prorrogaria o processo. Há ainda aqueles que apostam que a chapa será inocentada. Então a Bolsa deu uma recuperada em relação aos últimos dias”, diz Samuel Torres, analista de investimentos da corretora Spinelli.
Segundo a Folha de S.Paulo, parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, pode ajudar a embasar votos de ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que tendem a inocentar a dupla.
A expectativa é a de que, salvo se algum magistrado pedir vista para analisar o processo por mais tempo, os dois sejam absolvidos por pelo menos 4 votos a 3.
A votação no TSE deve ocupar a atenção dos investidores nos próximos dias, avalia Torres, “salvo se houver acontecimentos significativos lá fora.”
JBS
As ações da JBS subiram 8,37% e lideraram as altas do Ibovespa nesta terça, após a empresa anunciar a venda por US$ 300 milhões de todas as ações de suas subsidiárias com operações de carne bovina na Argentina, no Paraguai e no Uruguai.
Os papéis foram comprados por subsidiárias da Minerva, de acordo com comunicado divulgado ao mercado pela empresa nesta terça-feira (6). A aquisição ocorreu por meio das subsidiárias da Minerva Frigomerc, Pul Argentina e Pulsa.
A JBS informou que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir sua alavancagem financeira. A empresa terminou março com dívida líquida de R$ 47,8 bilhões -o equivalente a 4,2 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) de 12 meses.
Ações
Os preços do petróleo subiram nesta sessão, com a expectativa de que os estoques da commodity nos Estados Unidos tenham caído pela nona semana deixando em segundo plano a crise no Oriente Médio.
As turbulências que derrubaram os preços do petróleo mais cedo e na segunda-feira começaram após Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Iêmen romperem relações diplomáticas com o Qatar, acusado de financiar terroristas e de apoiar o Irã.
Apesar da alta do petróleo, os papéis mais negociados da Petrobras fecharam estáveis em R$ 13,18. As ações com direito a voto subiram 0,07%, para R$ 13,99.
A mineradora Vale aproveitou a alta dos preços do minério de ferro no exterior e subiu. Os papéis mais negociados avançaram 0,20%, para R$ 25,08. As ações com direito a voto se valorizaram 0,34%, para R$ 26,58.
No setor financeiro, papéis de bancos terminaram o dia no terreno positivo. As ações do Itaú Unibanco subiram 1,61%. Os papéis preferenciais do Bradesco se valorizaram 1,34% e os ordinários subiram 0,94%. As ações do Banco do Brasil tiveram alta de 2,86%. E as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se valorizaram 0,31%.
Dólar
O Banco Central voltou a intervir no mercado cambial, o que contribuiu para a queda do dólar nesta sessão. Foram vendidos 8.200 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) para a rolagem dos contratos que vencem julho.
O BC rolou o equivalente a US$ 410 milhões do total para o mês que vem, de um total de US$ 6,939 bilhões. Se mantiver esse ritmo e vender todos os swaps, rolará integralmente o vencimento de julho. A rolagem de junho também foi integral, de US$ 4,435 bilhões.
A desvalorização do dólar no Brasil se deu também em linha com o enfraquecimento da moeda no mundo. Das 31 principais divisas mundiais, 20 ganharam força ante o dólar nesta terça.
No mercado de juros, os contratos mais negociados fecharam em baixa. Os contratos com vencimento em julho recuaram de 10,150% para 10,145%. Os contratos para janeiro de 2018 tiveram queda de 9,420% para 9,290%.
O CDS (credit default swap), que mede o risco do país, recuou 0,20%. (Folhapress)
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