A Bolsa brasileira voltou a acompanhar os humores internacionais e subiu nesta terça-feira (17), impulsionada por dados melhores que o esperado de crescimento da economia chinesa e por uma diminuição nas preocupações com cenário eleitoral. O dólar recuou de R$ 3,41 para R$ 3,40.
O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 1,48%, para 84.086 pontos. O volume financeiro foi de R$ 8,86 bilhões -em abril, o giro médio diário está em R$ 10,1 bilhões.
O dólar comercial recuou 0,20%, para R$ 3,408. O dólar à vista, que fecha mais cedo, caiu 1,02%, para R$ 3,393.
O mercado financeiro brasileiro acompanhou o exterior nesta terça. Os investidores analisaram os dados de crescimento da China. O PIB (Produto Interno Bruto) do país teve expansão de 6,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2017.
O ritmo foi ligeiramente mais rápido que o previsto, e o crescimento foi impulsionado pela demanda do consumidor, exportações e investimento imobiliário. A expectativa, porém, é que o país perca um pouco da força nos próximos trimestres, conforme o governo faz uma ofensiva para conter o endividamento e com o enfraquecimento das vendas imobiliárias devido ao controle sobre as compras para combater a especulação.
“O resultado veio melhor que o esperado. Uma desaceleração é esperada ainda”, afirma Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. Em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, a China prometeu retirar um limite sobre a propriedade estrangeira em empreendimentos automotivos até 2022, em uma grande mudança de política para abrir o maior mercado de automóveis do mundo.
Já no cenário doméstico, as preocupações com eleições deram uma acalmada, após a falta de força de um candidato reformista ter provocado turbulências na Bolsa na segunda-feira (16).
“É um período muito longo para ter uma definição, mais da metade ainda não definiu voto. Tem um quadro incerto, com 15 ou 16 pré-candidaturas que devem diminuir até agosto, quando começa a inscrição oficial das candidaturas. Enquanto isso, fica em especulações”, diz Suzaki.
A avaliação é parecida com a de Ivan Kaiser, analista da Garín Investimentos. “Os investidores viram que ainda é cedo para falar alguma coisa, que ainda está cedo para sair vendendo por causa de eleições. Daqui até a eleição, o mercado vai ficar bem nervoso, está só começando”, avalia.
Ações
Das 64 ações do Ibovespa, 56 subiram e oito caíram.
A maior alta foi registrada pela EDP, que subiu 3,85%. A Vale avançou 3,12%, para R$ 45,93. E a Bradespar teve valorização de 3,11%.
Fora do Ibovespa, as ações da Eletropaulo dispararam 24,36% após a italiana Enel anunciar, nesta terça, nova proposta de compra da distribuidora de eletricidade.
A elétrica, que opera na região metropolitana de São Paulo, é controlada pela americana AES e pelo BNDES.
A empresa se propõe a pagar R$ 28 por ação, em operação que pode movimentar até R$ 4,7 bilhões. A oferta responde a ofensiva da Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, que havia proposto também nesta segunda pagar R$ 25,5 por ação.
Na ponta contrária, os papéis da Ultrapar recuaram 2,72%. As ações preferenciais da Eletrobras caíram 2,13%, e a Smiles teve baixa de 1,40%.
A Petrobras teve alta de quase 2%, em meio a uma valorização dos preços do petróleo no exterior. As ações mais negociadas subiram 1,99%, para R$ 21,03. Os papéis com direito a voto tiveram ganho de 1,83%, para R$ 23,31.
No setor financeiro, as ações de bancos se valorizaram. O Itaú Unibanco avançou 1,65%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 1,26%, e as ordinárias subiram 2,12%. O Banco do Brasil teve alta de 2,40%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil ganharam 0,72%.
Câmbio
O dólar perdeu força ante 17 das 31 principais moedas do mundo.
O Banco Central vendeu os 3.400 contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Até agora, já rolou US$ 1,190 bilhão dos US$ 2,565 bilhões que vencem em maio.
O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) teve queda de 0,80%, para 167,2 pontos.
No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados tiveram resultados mistos. O DI para julho deste ano caiu de 6,271% para 6,265%. O DI para janeiro de 2019 ficou estável em 6,230%. (Folhapress)
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