A balada de um alto executivo do banco BTG Pactual em uma casa noturna em Nova York foi o grande assunto nas mesas do mercado financeiro na última semana.
Marco Gonçalves, que era sócio do banco na área de fusões e aquisições, teve seu nome exposto pela publicação americana “Daily News” na sexta-feira (3) após ter sido processado por uma casa noturna por não pagar uma conta de US$ 340 mil.
Ele virou alvo de fofocas de clientes e concorrentes, tendo que se desligar da instituição na segunda-feira (6). E agora se prepara para abrir um escritório na avenida Faria Lima, em São Paulo, onde terá sua própria butique de fusões e aquisições.
De acordo com publicação, Gonçalves, saiu sem pagar uma conta numa boate chamada Provocateur, no Meatpacking District, o badalado circuito onde VIPs de Manhattan esgotam litros de champanhe pelos quais chegam a pagar US$ 1.000 a garrafa.
Ainda de acordo com o “Daily News”, marcas como Dom Pérignon e Cristal foram bebidas nos dias 10 e 11 de junho do ano passado por ele e pessoas que o acompanhavam: consumiu US$ 208 mil no primeira noite, deixou seu cartão como garantia para voltar na noite seguinte, que era um sábado, e pedir outros US$ 131 mil.
Ao tentar pagar a conta, porém, o cartão teria sido recusado, levando-o a se comprometer com os gerentes da casa a pagar a dívida até o fim de dezembro, de acordo com o “Daily News”. Após ser alvo de um processo na Justiça nova-iorquina, o executivo teria chegado a um acordo com a casa noturna para encerrar o caso.
Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o brasileiro deu outra versão. Afirmou que apenas jantou no local e, portanto, não reconheceu a conta elevada das bebidas.
Poucas horas depois de ser publicado, na manhã de sexta-feira (3), o link da reportagem do “Daily News” proliferou em mensagens de Whatsapp nos celulares de executivos do mercado financeiro paulistano.
Procurado, o banco não quis comentar o caso. Limitou-se a soltar uma nota curta em nome do próprio Marco Gonçalves.
“Em relação à reportagem publicada pelo ‘New York Daily News’, repercutida por alguns veículos de comunicação do Brasil, informo que desconheço os fatos ali narrados e que não possuo nenhum tipo de pendência com o estabelecimento comercial mencionado no texto.”
Histórias negativas são tratadas como casos delicados para o BTG Pactual desde que a imagem da instituição foi manchada quando o banqueiro André Esteves foi preso no final de 2015, acusado de participar de uma trama para tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A reportagem entrou em contato com o Gonçalves na tarde de quinta-feira (9) por telefone. “Não fiz nada disso e todo mundo só fala desse negócio. Já me prejudicou mais do que deveria”, disse Gonçalves.
A casa noturna Provocateur não respondeu aos pedidos de entrevista.
(FOLHA PRESS)
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