Após a prisão de Wesley Batista, diretor-presidente da JBS, o BNDES defendeu que o conselho de administração da empresa aponte um administrador interino e abra um processo seletivo para a escolha de um novo executivo para ocupar o cargo.
“Para o BNDES, contribuiria para o melhor interesse da companhia, o início de uma renovação de seus quadros estatutários, inclusive com a abertura de um processo seletivo para a escolha de um novo CEO em caráter definitivo”, informou o banco por meio de nota.
Conforme revelou a Folha, os nomes mais cotados para o cargo são Gilberto Tomazoni, ex-Sadia e presidente da operação global da JBS, Tarek Farahat, ex-P&G e presidente do conselho de administração da JBS, e Cledorvino Bellini, ex-presidente da Fiat.
A empresa não confirma a informação e diz que ainda não está discutindo a sucessão de Wesley.
Sócio-minoritário da JBS, com 21% de participação, o BNDES trava uma briga jurídica com a empresa para trocar o comando da JBS. No início do mês, uma liminar suspendeu no último momento uma assembleia de acionistas, solicitada pelo banco e marcada para o dia 1 de setembro, para tirar Wesley Batista do cargo.
No dia 5 de setembro, o BNDES recorreu à segunda instância pedindo a realização imediata da assembleia assim que expirasse o prazo de 15 dias estabelecido pela Justiça para que fosse instalada uma arbitragem privada entre os sócios. O prazo termina no próximo sábado (16).
O caso está nas mãos do desembargador federal Peixoto Junior. Em sua defesa, a JBS alegou que é impossível realizar uma assembleia no sábado, porque é necessário convocar formalmente os acionistas. Para tentar evitar a assembleia, a empresa também instalou uma arbitragem privada de conflitos.
Os dois lados vinham tentando negociar uma transição coordenada do comando, mas a prisão de Wesley deu força ao BNDES e deve acelerar o processo. A JBS havia proposto uma troca entre 90 e 180 dias, comandada pelo próprio executivo.
Segundo pessoas envolvidas nas discussões, o comando da companhia chegou a sondar Tomazoni para o posto de CEO, mas ele disse não. A expectativa é possa rever sua decisão. Também cogitaram o nome de Bellini e de Tarek.
Entre os assessores da JBS, a orientação é ter calma para não prejudicar a companhia. A instabilidade no comando da empresa provoca insegurança entre os bancos credores, que renegociaram cerca de R$ 20 bilhões em dívida de curto prazo da companhia. A dívida líquida da JBS estava em R$ 50,4 bilhões no fim do segundo trimestre de 2017. (Folhapress)
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