20 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:22

Bendine tinha passagem só de ida para Portugal para esta sexta, 28

Aldemir Bendine. (Foto: EBC)
Aldemir Bendine. (Foto: EBC)

O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, preso nesta quinta (27) na 42ª fase da Lava Jato, tinha uma passagem só de ida para Portugal, para esta sexta-feira (28).

Essa foi uma das razões que justificou o pedido de prisão, segundo o Ministério Público Federal. Bendine também tem cidadania italiana, o que aumentava a possibilidade de fuga.

Portugal também era o destino de um dos operadores preso nesta quinta, André Gustavo Vieira da Silva -que foi preso na manhã desta quinta (27) no portão de embarque do aeroporto de Recife, quando tentava embarcar.

O ex-presidente da Petrobras é suspeito de solicitar R$ 3 milhões em propina para executivos da Odebrecht, a fim de proteger a empreiteira em contratos da estatal.

Segundo os delatores Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, os pagamentos foram feitos em três parcelas, em espécie, em junho e julho de 2015 -dois deles, depois da prisão de Marcelo, em junho daquele ano.

Para os investigadores, as passagens para a Europa, somadas ao uso de aplicativos de mensagens que apagavam conversas entre os investigados (o que indica tentativa de destruição de provas), entre outros fatores, justificam o pedido de prisão.

Bendine, André Gustavo e seu irmão, Antônio Carlos Vieira da Silva Jr, foram presos temporariamente nesta quinta (27). Antônio Carlos foi detido em Recife, ao sair para uma caminhada na praia, pela manhã.

Os irmãos foram operadores dos pagamentos a Bendine: foram eles que receberam os R$ 3 milhões em espécie, num apartamento em São Paulo.

Eles também firmaram um contrato de prestação de serviços de consultoria com a Odebrecht, no valor exato da propina -contrato que os investigadores consideram ser fraudulento.

Os dois tinham negócios em Portugal. A PF ainda investiga se eles operavam para outros agentes públicos ou políticos.

Outro lado

O advogado de Bendine, Pierpaolo Bottini, disse que a passagem de volta já estava comprada e que irá anexar o comprovante ao inquérito, bem como as reservas nos hotéis nos quais o executivo ficaria hospedado.

Segundo o defensor, a prisão temporária é “desnecessária, por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça”. (Folhapress)

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