Uma bebê de apenas três meses está internada em estado grave após sofrer traumatismo craniano em Anápolis, Goiás. O suspeito da agressão é o próprio pai, de 31 anos, que alegou inicialmente que a filha teria se engasgado com leite. A versão, no entanto, foi descartada após exames médicos e laudos periciais, que indicaram lesões incompatíveis com um acidente doméstico.
A criança, que chegou a sofrer parada cardiorrespiratória por cerca de 25 minutos, foi reanimada por médicos e transferida na manhã desta terça-feira (12) para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Antes, passou pela UPA Pediátrica e pela UTI da Santa Casa de Anápolis.
Segundo a Polícia Civil, o pai levou a bebê para a UPA Pediátrica de Anápolis dizendo que ela havia se engasgado. “Os médicos desconfiaram da versão apresentada por conta das múltiplas lesões espalhadas pelo corpo da criança”, informou a corporação. Diante da suspeita, a equipe acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar.
A tomografia e a perícia médica constataram traumatismo cranioencefálico grave, o que levou à prisão em flagrante do suspeito dentro do hospital, na noite de terça-feira.
Investigação
A delegada Aline Lopes, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), afirmou que as lesões apresentadas pela bebê não foram resultado das manobras de reanimação.
“Ele tentou justificar que talvez poderia ter batido a cabeça da criança sem querer quando tentou reanimá-la ou então que correu com ela de forma muito abrupta e que isso poderia ter causado. Mas o laudo é bem claro: foi por meio de ação contundente. Uma pancada muito forte causou a lesão que aquela criança apresentava e não apenas manobras de resgate”, explicou.
Ainda de acordo com a investigação, a bebê morava com o pai, a mãe e outros três irmãos em uma casa com condições insalubres. Vizinhos relataram à polícia que já haviam presenciado episódios de agressões anteriores contra a criança. A delegada também revelou que há indícios de maus-tratos contra os outros filhos do casal. “Estamos ouvindo pessoas que podem ter presenciado outras agressões e o comportamento desse pai antes da prisão. Já temos indícios também de maus-tratos contra as outras crianças”, disse Aline Lopes.
Leia mais sobre: Agressão / Anápolis / Goiás / Polícia Civil / Cidades / Notícias do Estado

