O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu nesta quarta-feira (12) a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
A decisão era amplamente esperada pelo mercado. Dos 44 economistas consultados pela Bloomberg, 42 estimavam o corte de 1 ponto da Selic, e apenas dois previam uma redução maior, de 1,25 ponto, para 11% ao ano.
Também os economistas ouvidos pelo boletim semanal Focus, do BC, projetavam a taxa básica de juros em 11,25% nesta reunião do Copom.
Diversos fatores, como dados de atividade fracos no início deste ano, reforçaram as apostas de que o BC reduziria a taxa básica de juros em 1 ponto percentual em abril. Um deles foi o IPCA, a inflação oficial, que fechou o mês de março em 0,25%, ou 0,08 ponto percentual abaixo do resultado de fevereiro. Foi o menor valor para março desde 2012.
No acumulado de 12 meses, o índice oficial do governo avançou 4,57%, bem próximo ao centro da meta, de 4,5%. Foi a menor taxa em 12 meses desde agosto de 2010.
Além disso, o BC corrigiu na semana passada a projeção do seu cenário de referência para a inflação. O IPCA de 3,9% esperado para o final de 2017, divulgado no último Relatório Trimestral de Inflação, foi corrigido para uma expectativa de 3,6%, bem abaixo do centro da meta.
No boletim Focus, as projeções são de inflação de 4,09% em 2017 e de 4,46% em 2018.
A expectativa de inflação menor confirmaria a existência de espaço para um corte mais agressivo da Selic. As duas últimas reduções haviam sido de 0,75 ponto percentual cada.
O próprio Relatório Trimestral de Inflação já indicou que o corte de 1 ponto seria o mais provável, e fez diminuírem as apostas de parte do mercado de uma redução ainda maior.
Segundo analistas, a probabilidade de queda de 1 ponto aumentou com o fato de o BC ter citado a “intensificação moderada” do ritmo de cortes da Selic no relatório.
Especialmente com a divulgação do PIB de 2016, que confirmou a pior recessão da história recente do país, e do IPCA-15 no menor nível para março desde 2009, uma parte dos investidores começou a ver a possibilidade de uma redução de ao menos 1,25 ponto percentual nesta reunião. (Folhapress)
Leia mais sobre: Economia