21 de dezembro de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 00:20

BC reduz taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (19) a redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 14,00% ao ano. É o primeiro corte da taxa desde outubro de 2012. A decisão foi tomada de forma unânime.

A maioria dos analistas esperava que os juros caíssem nesta reunião, diante da desaceleração da inflação e do andamento de medidas do ajuste fiscal. Entretanto, não havia consenso sobre o tamanho dessa redução.

Dos 59 economistas e instituições consultados pela agência internacional Bloomberg, 36 esperavam um corte de 0,25 p.p.; outros 21 projetavam uma redução de 0,50 p.p. e apenas dois estimavam manutenção da taxa em 14,25% ao ano.

O próprio Palácio do Planalto avaliou que já existem as condições para o início de um novo ciclo “consistente” de queda da taxa básica de juros, com a ressalva de que a decisão é do Banco Central.

Interlocutores do presidente Michel Temer disseram que começar a flexibilização da política monetária já é importante para assegurar a retomada do crescimento da economia no final do ano. Sem isso, o risco é adiar este processo e reduzir o potencial de crescimento em 2017, estimado pelo governo em 1,6%.

Combustíveis

No Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (17), economistas cortaram a projeção para a Selic de 13,75% para 13,50% ao final de 2016. O Copom tem mais uma reunião neste ano, em novembro, quando deverá ocorrer um corte de 0,50 p.p., conforme essas projeções.

A mudança na estimativa ocorre após a Petrobras anunciar, na última sexta-feira (14), a redução dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o que deve aliviar a inflação neste ano, contribuindo para que o BC diminua a taxa de juros no país, na avaliação de analistas.

IPCA

As apostas de que haveria corte dos juros em outubro começaram a ganhar corpo quando a inflação começou a dar sinais de desaceleração. O IPCA, índice oficial de inflação, surpreendeu ao cair no mês passado para o menor patamar para o mês desde 1998. O índice mensal ficou em 0,08%, divulgou o IBGE, bem abaixo das estimativas de alta de 0,19%.

A última vez que o país viu o IPCA -a inflação oficial do país- em nível tão baixo foi em julho de 2014, quando esteve em 0,01%. Em agosto, o índice foi de 0,44%.

A desaceleração em setembro foi puxada pelo recuo generalizado no preço de alimentos e bebidas, que caíram em média 0,29% no mês. O grupo é o que tem o maior peso no cálculo da inflação.

Outro fator que reforçou as expectativas de redução da Selic foi a aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) que limita os gastos públicos, a chamada PEC do Teto, em primeira votação na Câmara dos Deputados. O avanço do ajuste fiscal era uma das condições estabelecidas pelo BC para começar a cortar os juros.

(Folhapress)

Leia mais:


Leia mais sobre: Economia