14 de agosto de 2024
Economia

BC eleva Selic em 0,50 ponto para 11,75% ao ano. Sindicatos e entidades de classe reclamam

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 20 e 21 de janeiro de 2015.

São Paulo – O Comitê de Política Monetária decidiu, nesta quarta-feira, 03, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual para 11,75% ao ano.

A alta vai ao encontro da expectativa da maior parte do mercado financeiro, segundo pesquisa do AE Projeções.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 20 e 21 de janeiro de 2015.

 

CNI: Alta dos juros ampliará dificuldades das empresas

Brasília – A elevação da taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, embora indique uma ação mais ativa do Banco Central em controlar a inflação, ampliará as dificuldades das empresas, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A alta de Selic de 11,25% para 11,75% ao ano foi anunciada há instantes pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Em nota, a CNI defende a adoção de uma política fiscal mais rigorosa para que o combate à inflação tenha menor impacto sobre a atividade produtiva e o emprego. “Neste momento, a preocupação do Copom é necessária porque a inflação continua próxima do limite máximo da meta e há pressões por novos aumentos de preços, vindas das perspectivas de desvalorização da taxa de câmbio, dos reajustes das tarifas públicas e da elevação dos serviços”, cita a confederação.

A CNI, entretanto, acredita que a elevação dos juros terá efeito negativo sobre o consumo e os investimentos, reforçando, no curto prazo, as dificuldades das empresas. “O desafio da política econômica é promover outras ações para conter as pressões sobre os preços e conduzir a inflação para a meta com menor impacto sobre a atividade produtiva e emprego”, destaca a nota.

Para a confederação, a nova alta dos juros exige, simultaneamente, a adoção de uma política fiscal mais rigorosa, com a recuperação dos superávits fiscais e a melhora da dinâmica da dívida pública. “Com isso, o País poderá ter uma composição de política macroeconômica mais eficiente, com menores custos para as empresas”, cita a CNI.

 

Força Sindical: Alta da Selic é ‘presentão de Natal’

Brasília – A elevação da taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, anunciada nesta quarta-feira, 3, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi classificada pela Força Sindical como um “presentão de Natal” do governo aos especuladores. A entidade afirma, ainda, que “dose forte pode matar o paciente”. A taxa Selic subiu de 11,25% para 11,75% ao ano.

“O governo insiste em editar medidas de aperto monetário num País que está com a atividade econômica estagnada e com uma indústria que vem acumulando resultados negativos mês após mês. Estas políticas inflacionárias mal orientadas deprimem ainda mais a economia, em vez de fazê-la crescer”, critica a Força Sindical. A entidade diz, ainda, que “o remédio do arrocho, em dose muito forte, pode intoxicar a economia e colocá-la na UTI”.

Segundo a Força Sindical, os juros já comprometem as campanhas salariais das categorias com data-base no primeiro semestre de 2016. “Infelizmente, o governo continua se curvando aos especuladores. De janeiro até agora, o governo pagou R$ 253 bilhões à turma da especulação”, cita nota da Força.

E as críticas da Força Sindical de hoje foram mais adiante, atingindo as recentes indicações da presidente Dilma Rousseff para o novo ministério. “O governo que ainda não iniciou acaba de anunciar um ministro da Fazenda que promete reforçar o aperto monetário com austeridade fiscal, mantendo o câmbio flexível”, cita a entidade, sobre o anúncio de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento. “Em vez de recuperar a economia, essa guinada pode levar o País à recessão e ao desemprego”, aponta a entidade.


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