O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o saldo negativo das contas externas este ano. O déficit em transações correntes – compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com outras nações – deve fechar em US$ 14,3 bilhões, o que corresponde a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Essas informações foram divulgadas nesta quinta-feira (27) no Relatório de Inflação do Banco Central.
Em junho, o BC previa um déficit menor: US$ 11,5 bilhões, correspondente a 0,6% do PIB. Segundo o BC, a revisão ocorreu “notadamente” em função da expectativa de aumento das importações.
A projeção para o superávit comercial (exportações e importações) ficou em US$ 55,3 bilhões, ante projeção de superávit de US$ 61 bilhões no Relatório de Inflação de junho.
A previsão para o crescimento das exportações é 6,3% e para as importações, 14,7%. O aumento das importações é estimulado por alterações no Repetro, regime especial que suspende os tributos cobrados sobre bens destinados a atividades de exploração de petróleo e gás natural.
Investimentos estrangeiros
Apesar da previsão de déficit maior nas contas externas, o saldo negativo será totalmente financiado pelo investimento direto no país (IDP).
Quando o país registra déficit em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior.
A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque recursos são aplicados no setor produtivo. A expectativa do BC para o IDP este ano subiu de US$ 70 bilhões (3,6% do PIB) para US$ 72 bilhões (3,8% do PIB).
Para 2019, o BC também espera que o déficit em transações correntes seja coberto por IDP. A previsão para o saldo negativo das contas externas é US$ 34,1 bilhões (1,7% do PIB), enquanto o investimento direto deve ficar em US$ 80 bilhões.
Segundo o BC, o déficit nas contas externas será maior em 2019 por conta da aceleração da atividade econômica e de mudanças promovidas pelo Repetro, que aumentam os investimentos estrangeiros. (Agência Brasil)
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