Um bate-boca entre senadores interrompeu por alguns minutos a sessão do Conselho de Ética na tarde desta terça-feira (8).
A confusão começou quando o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), chamou a reunião de “ridícula”.
O petista criticou o presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), por dar prosseguimento a uma denúncia contra seis senadoras da oposição.
Para Lindbergh, é “incoerente” a decisão de punir o grupo de senadoras e de arquivar o caso contra Aécio Neves (PSDB-MG).
O tucano foi alvo de um processo já arquivado pelo Conselho depois de ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, do grupo JBS.
“Essa reunião é ridícula. Esse conselho arquivou o caso do Aécio. Tinha uma mala com R$ 500 mil, tudo gravado. E agora quer abrir contra cinco mulheres. Os senhores estão se prestando a isso? O senhor não tem condições de ser presidente desse conselho”, disse.
O senador Gladson Cameli (PP-AC) respondeu aos protestos de Lindbergh. “Respeitem essa Casa. Tudo isso é planejado”, disse, acusando o petista de agir para “aparecer na TV”.
Os dois chegaram a trocar gritos no plenário e Lindbergh levantou-se em direção à mesa da presidência com o dedo em riste, em direção a João Alberto.
O senador Airton Sandoval (PMDB-SP) também reagiu aos gritos de Lindbergh. “Vai lá comer marmita”, disse, em alusão ao protesto das senadoras, que chegaram a fazer refeições na mesa diretora do Senado com as luzes do plenário apagadas.
Reforma Trabalhista
Em protesto contra a votação da reforma trabalhista, em julho, as seis parlamentares ocuparam a mesa diretora do Senado, impedindo que o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), se sentasse em sua cadeira.
O ato chegou a interromper a sessão por diversas horas, mas a votação acabou sendo concluída à noite.
As luzes do plenário foram apagadas e as senadoras chegaram a fazer refeições no local.
São alvo da denúncia as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR).
De autoria do senador José Medeiros (PSD-MT), a denúncia fala em prática de atos “supostamente incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar ao impedirem a continuidade regular da 100ª Sessão Deliberativa Extraordinária do Senado Federal”.
Por se tratar de denúncia, as penas cabíveis são advertência e censura (verbal ou escrita).
Contudo, se o Conselho entender que a acusação é fundada em indícios comprovados, o caso pode resultar em perda temporária ou definitiva de mandato. (Folhapress)
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