22 de dezembro de 2024
Política

Base do governo está com bloco na rua para 2014

MARCONI JÁ HAVIA SIDO LANÇADO À REELEIÇÃO EM GOIÂNIA E “ESCOLHEU” O CANDIDATO AO SENADO DURANTE ENCONTRO DO PSD EM RIO VERDE. PARTIDO RETRIBUIU E AGENDA É PRÉ-DISPUTA.

 
Embora ainda desconverse nos microfones a respeito da disputa da reeleição no ano que vem, o governador Marconi Perillo (PSDB) já está com agenda de pré-candidato e a base aliada a ele já começou, inclusive, a definir a chapa majoritária, já quase fechada. Saiu na frente. É o que ficou evidenciado com o encontro do aliado PSD em Rio Verde, que era para ser regional – e se tornou quase nacional – nesse fim de semana. Com a presença do presidente nacional e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e do líder da legenda na Câmara Federal, Eduardo Sciarra (PR), Marconi fez discurso de aval à candidatura do comandante regional do partido, Vilmar Rocha, ao Senado. 
 
“Se há uma coisa decidida da minha parte, é que vou apoiar a candidatura de Vimar Rocha para senador. Essa é a vontade do PSD, nossa e da base inteira. Independente do meu projeto, o meu voto e o meu trabalho será em favor dele”, decretou Perillo, descartando o senador Cyro Miranda, que foi suplente dele e ganhou mandato em 2011.
 
O governador não pode – e nem deve – se colocar ainda como pré-candidato. Não seria de bom tom, devido os inúmeros problemas que enfrenta na administração e não consegue solucionar. Mas o palanque não é à toa. Se a palavra reeleição não sai da boca dele, os aliados já não disfarçam. Na semana anterior, em encontro tucano em Goiânia, Jardel Sebba, prefeito de Catalão, o lançou à reeleição e disse que ele não tem “o direito de não disputar”. 
 
Em Rio Verde, ao lançar Vimar, Maconi recebeu retribuição de todos. O deputado federal Heuler Cruvinel, que é da cidade, disse que o PSD era o primeiro partido a declarar apoio à reeleição do tucano. Vilmar Rocha, em entrevista coletiva, ainda no aeroporto, ao chegar na cidade, disse mais:  “Nossa base é vitoriosa, ganhamos as quatro últimas eleições em Goiás e vamos ganhar em 2014 com essa aliança, pode escrever!”, disparou.
 
A escolha de Rio Verde para o encontro do segundo maior partido da aliança governista não foi à toa. A cidade é a maior administrada pela base de Marconi no Estado – tem importância eleitoral, econômica e política. Juraci Martins (PSD e ex-DEM) derrotou com facilidade o deputado estadual Karlos Cabral (PT) lá, no ano passado. Vimar fez questão de destacar isso: “Ele teve 75% dos votos”. E foi corrigido pelo prefeito em seguida: “75 e meio”, brincou Juraci.
 
Com Marconi lançado à reeleição e Vilmar ao Senado, resta apenas uma vaga na chapa majoritária: a de vice-governador, hoje ocupada por José Eliton (DEM). Mas, o Democratas, presidido por Ronaldo Caiado – que tem até cobrado pelo twitter uma melhor atuação da oposição na Assembleia – deve protagonizar um outro projeto, ao lado de Vanderlan Cardoso. Desta vez, Caiado não precisa atender os ex-correligionários Vimar Rocha e Demóstenes Torres, o que foi determinante para que a legenda caminhasse com Perillo em 2010.
 
Com isso, o caminho da vice ficaria aberto para o PTB de Jovair Arantes, hoje terceiro maior partido da base, com dois deputados federais e quatro estaduais. Jovair tem sido leal ao governador desde 98 e cobra um espaço maior. Ele ainda deve contar com mais dois grandes nomes em sua legenda: José Gomes, ex-prefeito de Itumbiara e Célio Silveira, ex de Luziânia. Aliás, o próximo encontro de um partido da base que terá presença de Perillo deve ser o de filiação de Zé Gomes ao PTB, no dia 17 de bril, aniversário dele, em Itumbiara.
 
Ainda sobre Rio Verde
 
Duas ausências sentidas no encontro de Rio Verde foram da senadora Kátia Abreu e do deputado federal Armando Vergílio, presidente metropolitano da legenda. O curioso é que no galpão do Sindicato Rural da cidade, onde ocorreu o encontro, uma faixa agradecia a presença da senadora e sua luta pela Agricultura.
 
Armando Vergílio foi representado pelo secretário metropolitano do governo, Silvio Sousa. Nos bastidores comenta-se que ele não estaria “bem” com Vilmar Rocha.


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