20 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:18

Base aliada usa estratégia para evitar obstrução da PEC 241

O argumento dos deputados é de que não é possível analisar ainda o projeto infraconstitucional. (Foto: Agência Brasil)
O argumento dos deputados é de que não é possível analisar ainda o projeto infraconstitucional. (Foto: Agência Brasil)

Por 250 votos contrários e 12 favoráveis, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou requerimento para retirar da pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que limita os gastos da União. O requerimento para retirar a PEC da pauta foi apresentado pelo líder do governo André Moura (PSC-SE), como parte da estratégia do governo para evitar a obstrução, diminuindo a quantidade de requerimentos que poderiam ser apresentados pela oposição para evitar o começo da discussão da matéria.

A oposição reclamou e pediu que o requerimento ficasse prejudicado, mas o pedido não foi aceito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Fizeram uma manobra absolutamente ridícula, mas que tem eficácia, porque o presidente da Câmara não prejudicou o requerimento, que é o próprio governo pedir para retirar de pauta e eles próprios votarem contra para derrubar a rejeição da retirada”, disse a líder da minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

“Neste caso, ele [Maia] teria que recusar o requerimento, porque o governo encaminhou pela retirada e votou contra e o regimento diz que o requerimento não se sustenta com esse tipo de procedimento”, acrescentou.

Mais cedo, o governo conseguiu a aprovação de um requerimento retirando a exigência do intervalo de duas sessões e abrindo a possibilidade de votação da proposta. No momento, os deputados discutem a matéria. A oposição afirma que se a medida for aprovada haverá retrocesso em áreas como saúde e educação, que perderão recursos.

O líder da Rede, Alessandro Molon (RJ), advertiu que a PEC desrespeita a Constituição que determina a aplicação de percentuais mínimos nas áreas de Saúde e Educação. “Sou favorável a ideia de que não se gaste mais do que se arrecada e a responsabilidade com os gastos públicos, mas isso tem que ser feito com o mínimo de respeito com a Constituição e o que a PEC faz é justamente o contrário. Ainda que o governo arrecade muito mais, ele não está obrigado a investir proporcionalmente em Saúde e Educação”, disse.

Já o governo diz que a medida é necessária diante da crise econômica. O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), afirmou que a crise fiscal é herança dos governos anteriores e que a limitação de gastos ajudará o país a retomar o crescimento. “Ela [a PEC] vem em um momento apropriado, vai contar a gastança do governo federal que foi produzida no governo do PT e que trouxe prejuízos para o país”, disse.

A PEC cria um teto de gastos do governo por 20 anos. A medida foi batizada pelo Executivo de novo Regime Fiscal. Pela proposta, o aumento das despesas no Orçamento ficará limitado pelos próximos 20 anos, sendo reajustado somente pela inflação do ano anterior.

Com informações da Agência Brasil

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