23 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:33

Barco que naufragou fazia transporte clandestino, diz governo do PA

O barco com 70 pessoas a bordo que naufragou no rio Xingu, no Pará, na noite desta terça-feira (22) -dez corpos de vítimas já foram encontrados- fazia o transporte clandestino de passageiros pela via fluvial.

A informação é da Arcon (Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos), autarquia do governo do Pará responsável por regular o transporte intermunicipal.

Em nota, a Arcon diz que a embarcação Comandante Ribeiro “não estava legalizada para fazer o transporte de passageiros por não se encontrar registrada na Arcon”, e por isso o praticava “o transporte clandestino de usuários”. A autarquia diz ainda que já havia notificado o dono do barco, após operação em junho, mas nenhum representante se apresentou para regularizar a situação.

A Marinha, em nota, informou que a embarcação estava inscrita junto à Capitania dos Portos de Santarém. O comunicado, contudo, não explica se o barco tinha autorização para o transporte de passageiros.

Entre os dez mortos, há seis mulheres, dois homens e duas crianças. Segundo o Corpo de Bombeiros, 24 pessoas foram resgatadas com vida, sendo que 19 foram atendidas em hospitais municipais. Há entre 35 e 40 desaparecidos, dentre os quais o dono do barco.

O barco, que partiu de Santarém, teria como destino a cidade de Vitória do Xingu (PA).

O naufrágio ocorreu em Vila do Maruá, numa região conhecida como Ponta Grande, localizada na cidade de Porto de Moz, quando a embarcação já havia percorrido 350 km pelas águas do rio Xingu. Foi em Porto de Moz que o barco, segundo as autoridades, recebeu de uma vez 40 novos passageiros por volta das 18h desta terça.

TEMPESTADE

Após o barco deixar a cidade, uma tempestade se formou na região. Ela é tratada como a principal causa do naufrágio.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) detectou um intenso deslocamento de nuvens saindo de Altamira em direção a Porto de Moz no início da noite desta terça, quando o naufrágio teria acontecido.

De acordo com José Raimundo Abreu e Souza, coordenador do instituto, imagens de satélite detectaram na região a presença de nuvens do tipo cúmulo-nimbo, que são conhecidas por causar tempestades. Elas têm extensão vertical de alguns quilômetros e geralmente ganham grande volume a partir do choque intenso entre massas de ar quente e de ar fria.

Ao perder calor e umidade dentro de uma “nuvem de tempestade”, o ar se torna pesado e desce em forma de vento -que, ao bater no chão, se irradia e causa destruição por onde passa. “As nuvens cúmulo-nimbo causam chuvas severas e nada uniformes com ventos que chegam a atingir 80 km/h”, diz o coordenador do Inmet.

Em Porto de Moz choveu 14 mm entre 20h e 23h de terça, segundo o instituto. A velocidade do vento na região não foi medida porque o Inmet não possui equipamentos que fazem esse tipo de registro.

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