Em Goiânia para participar do lançamento do movimento Agro pela Democracia, o deputado federal Neri Geller (Progressistas-MT), que foi ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2014, disse que, se o ex-presidente Lula (PT) for eleito, a bancada ruralista terá voz no eventual governo petista.
“Claro que existe conversa [sobre o Progressistas fazer parte da base lulista]. O presidente Lula é muito habilidoso, sabe fazer política e tem respeito pelas pessoas. Vai trazer, com certeza, os partidos importantes e a própria Frente Parlamentar da Agropecuária, que vai fazer parte das discussões importantes do governo”, afirmou.
De acordo com Geller, o candidato a vice na chapa do PT, Geraldo Alckmin (PSB), tende a ter um papel central na aproximação com esse setor, que, segundo o parlamentar, já participou da elaboração do plano de governo e com o qual o diálogo deve ser ampliado após as eleições, em caso de vitória nas urnas.
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O ex-ministro da Agricultura aproveitou o momento para lembrar de ações de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) voltadas para o agro, como investimento em infraestrutura logística, regulamentação da biotecnologia, renegociação das dívidas dos agricultores, programas de armazenagem e aprovação do Código Florestal.
“Muitos falam que, ideologicamente, Lula é contra o setor. É exatamente o contrário”, declarou. “Lula e Dilma pegaram o setor, puseram debaixo do braço e viajaram o mundo inteiro. Para que nós pudéssemos ser respeitados, abrir mercado e nos tornarmos esse grande fornecedor de alimento, trazendo segurança alimentar para o mundo e renda para o nosso produtor.”
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Na avaliação de Geller, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não apresenta riscos para o agronegócio brasileiro, uma vez que, se eleito, Lula seguirá a lei, como fez no passado. “É conversa fiada de quem fala que MST invadia terra produtiva com aval do governo. Eventualmente, quando aconteceu uma ou outra vez, a lei foi cumprida.”
Para ele, o MST é uma “entidade organizada que precisa ser respeitada”, com destaque, por exemplo, na produção orgânica. “O ódio tem que ser deixado de lado”, defendeu o deputado federal ruralista. “Em vez de arma, usar a conversa e o diálogo.”
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