“Segurança pública não se faz com bravatas, com fala grossa e agressiva, com populismos, com lugares-comuns, com jogos de agradar a plateia, com troca de profissionalismo por jagunçagem”, afirma o titular da SSP, Ricardo Balestreri, em texto publicado em suas redes sociais neste início de semana. “O resto é demagogia e mistificação eleitoreira, muita banca e pouco resultado”, afirma. Sem citar nomes, ele rebateu recentes ataques feitos por líderes da oposição às políticas voltadas para o combate à criminalidade.
“Segurança pública com bons resultados é sempre produto de inteligência estratégica, de planejamento prospectivo fundado na complexidade, de conhecimento científico”, diz Balestreri. Em recente entrevista à Rádio Bandeirantes AM 820, o senador Ronaldo Caiado chegou a dizer que recorreria ao Exército Brasileiro e à Força Nacional de Segurança Pública para cuidar do combate à criminalidade em Goiás.
“Segurança pública de qualidade se faz com praticidade, mas não com praticidade empírica, burra e tosca”, afirma Ricardo Balestreri. Segundo ele, a ação eficiente e eficaz “depende de boa técnica, de ações interativas intersetoriais, de liderança moral cumpridora da lei – enérgica, mas ética e não paradoxal no discurso e nas práticas, nunca cedendo ao mal para combater o mal –”, disse.
Histeria convulsiva
Ricardo Balestreri lembra que, em Goiás, “estamos vivendo quedas extraordinárias nos índices criminais (mais de 18 meses derrubando a maioria dos índices, 8 meses derrubando 11 dos 12 índices acompanhados, 4 meses derrubando todos os indicadores) porque aprofundamos cada vez mais um sistema de gestão inteligente, racional e científico, além de valorizarmos permanentemente as instituições e as forças policiais, sem, contudo, deixar de punir resolutamente os desvios”, pontua.
Para Balestreri, que é professor e especialista em segurança pública, “se truculência, grito, falta de sobriedade e descontrole emocional resolvessem alguma coisa, o Brasil estaria vivendo a paz de um paraíso”. Segundo ele, “na história contemporânea do estado brasileiro tem prevalecido esse tipo de histeria convulsiva, sem limites e de caráter midiático”. De acordo com sua análise, “décadas disso só agravaram, e muito, todas as coisas”.
Quedas
“É assim que a banda toca em qualquer lugar do mundo em que a gestão de segurança pública funciona”, termina o texto do titular da SSP, ao exemplificar sobre os 18 meses de queda da violência no estado, com adoção da política de integração das forças policiais e investimentos em inteligência e no fortalecimento das corporações.
Na comparação entre 2016 e 2017, casos de latrocínio (roubo seguido de morte), por exemplo, recuaram 37,72%. Homicídios recuaram 12,53%, enquanto estupros caíram 10,28%. As tentativas de homicídio baixaram 20,46%, ao passo que roubos a transeuntes despencaram 26,37%. Roubos de veículos caíram 25,92%, roubos em comércios (-33,64%) e roubos em residências (-21,74%).
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