07 de agosto de 2024
TROCA DE OFENSAS

Autuado por chamar Lira de “excrementíssimo”, Felipe Neto diz que era citação irônica e que não tem medo

“Isso não é liberdade de expressão. É ser mal-educado”, afirmou Lira nesta sexta; foi uma “opinião satírica, jocosa, sem intenção de ofensa à honra”, reagiu o influenciador
Arthur Lira (à esq.) e Felipe Neto (à dir.) trocaram farpas - Fotomontagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados e redes sociais
Arthur Lira (à esq.) e Felipe Neto (à dir.) trocaram farpas - Fotomontagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados e redes sociais

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), usou o seu perfil no X (ex-Twitter) nesta sexta-feira (26) para rebater o comunicador digital Felipe Neto depois de ter sido chamado de “excrementíssimo”. O youtuber acabou autuado pela Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados, e também reagiu pelas redes. Ele disse que externou uma “opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra”.

Em ofício, Lira disse que Felipe Neto “proferiu expressões injuriosas” contra ele e que o caso pode “configurar a prática de crimes contra a honra”, ocorridos nas dependências da Casa. De acordo com o portal Congresso em Foco, o ofício foi encaminhado ao diretor da Polícia Legislativa, Paul Pierre Deeter.

Entenda a origem da discórdia

Tudo começou na terça-feira (23). Felipe Neto participava do simpósio Regulação de Plataformas Digitais e a urgência de uma agenda, por videoconferência. O influenciador criticou diretamente o deputado alagoano pela forma como conduz o projeto de lei 2.630 de 2020, conhecido como PL das fake news. Também defendeu incluir maior representação popular no debate da regulamentação.

Além disso, a discussão ainda sugeria um envolvimento maior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao PL das Fake News.

“É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei como era o 2.630. Que foi, infelizmente, triturado pelo ‘excrementíssimo’ Arthur Lira. Se não tivermos o povo do nosso lado, os deputados não vão votar, a gente já sabe como funciona”, afirmou o influenciador na terça.

A Câmara anunciou a criação de um grupo para discutir uma nova proposta em substituição ao PL das Fake News. O motivo é que o projeto foi afetado por conflitos entre o bilionário Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, fortalecendo o discurso crítico de aliados de Jair Bolsonaro.

A demora na discussão, portanto, é vista por pessoas como Felipe Neto como tendenciosa na Câmara a favor das propostas da extrema-direita liderada pelo ex-presidente, por parte de Lira, aliado de longa data de Bolsonaro.


Reação de Lira

Pelas redes sociais, o presidente da Câmara disse nesta sexta, que o youtuber usou um meio público para “escrachar” e “ganhar mídia e likes”. “Isso não é liberdade de expressão. É ser mal-educado”, afirmou.

Ele ainda atacou o influenciador dizendo que ele confunde liberdade de expressão “com o direito a ofender, difamar e injuriar”.

Reação de Felipe Neto

“Minha intenção, ao citar ‘excrementíssimo’, foi claramente fazer piada com a palavra ‘excelentíssimo’, uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra”, justificou o youtuber.

Ele seguiu afirmando ainda que já sofreu tentativas de silenciamento com o uso da polícia antes, “inclusive pela família Bolsonaro. Continuarei enfrentando toda essa turma enquanto me sobrarem forças. E eu nunca falei que os enfrentaria com flores, nem assim o fiz e nunca o farei”, reagiu Felipe Neto nas redes sociais.


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