O governo da Áustria decretou, neste domingo, 14, um lockdown nacional para pessoas não vacinadas que valerá a partir da meia-noite da próxima segunda, 15, para retardar a rápida propagação do coronavírus no País. Em um primeiro momento, as medidas mais rígidas valerão por dez dias. O bloqueio afeta cerca de 2 milhões de pessoas no País que tem 8,9 milhões de habitantes.
“A situação é grave. A quarta onda (da pandemia) nos atinge completamente. Isso se deve à variante delta (do vírus), mas também é devido ao baixo índice de vacinação”, afirma o chanceler Alexander Schallenberg, em comunicado à imprensa em Viena, capital do País.
A mudança proíbe que indivíduos não vacinados ou não curadas com mais de 12 anos de idade deixem suas casas, exceto para atividades básicas, como trabalhar, fazer compras no mercado, dar um passeio ou se vacinar.
A polícia foi acionada para checar as pessoas que estarão fora de casa para ter certeza de que estão vacinadas, afirmou Schallenberg. O lockdown não se aplica a crianças com menos de 12 anos porque ainda não podem ser vacinadas oficialmente. As multas vão de 500 euros para pessoas que descumprirem as medidas até 3.600 euros para estabelecimentos.
As autoridades estão preocupadas que as equipes dos hospitais não sejam mais capazes de lidar com o crescente fluxo de pacientes com covid-19. “É nosso trabalho como governo da Áustria proteger o povo. Portanto, decidimos que a partir de segunda-feira haverá um bloqueio para os não vacinados”, disse Schallenberg.
A Áustria tem uma das taxas de vacinação mais baixas da Europa Ocidental: apenas cerca de 65% da população total está totalmente vacinada. Nas últimas semanas, o país enfrentou uma crescente preocupante de infecções. Foram 11.552 novos casos no domingo; há uma semana, ocorreram 8.554 novas infecções.
“O percentual de vacinação é vergonhosamente baixo e sem aumentá-lo não conseguiremos sair desse círculo vicioso (da pandemia)”, acrescentou o chanceler.
A taxa de infecção em sete dias é de 775,5 novos casos por 100 mil habitantes. A título de comparação, a Alemanha, país vizinho, que tem taxa de 289 por 100 mil habitantes, também já soou o alarme sobre os números crescentes.
(Por Estadão Conteúdo com agências internacionais)
Leia mais sobre: Mundo