Nos últimos seis meses, uma cena se repetiu em jogos de torneios com a chancela da Conmebol. Atos racistas nas arquibancadas. Assim como os lamentáveis casos envolvendo jogadores e torcedores do Brasil, que vêm se intensificando. Nos últimos seis meses, contando com o episódio sofrido por torcedores vascaínos nesta quinta-feira (19), foram registradas seis ocorrências de cunho racial.
Um dia antes do Vasco, a torcida do Corinthians foi vítima de ofensas. Na última quarta-feira (18), quando a equipe venceu o Independiente por 1 a 0, um vídeo mostra um torcedor argentino imitando um macaco para os brasileiros presentes em Avellaneda. Na última semana, em estreia pela Sul-Americana também na Argentina, o São Paulo foi hostilizado. Além de injúrias raciais, houve arremesso de pedras e cusparadas.
As ocorrências não param. O Grêmio sofreu ofensas na final da Recopa Sul-Americana também por torcedores do Independiente, em fevereiro. Reincidente em manifestações racistas, o clube já chegou a ser multado pela Conmebol em R$ 48 mil após os gestos contra os torcedores do Flamengo, na decisão da Sul-Americana, em dezembro do ano passado.
Nas categorias de base, Helinho, do São Paulo, foi vítima na última edição da Libertadores sub-20. Jogando no Estádio Centenário, em Montevidéu, torcedores do Nacional-URU ofenderam o meia-atacante no começo do ano.
De acordo com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, de 2014 até então foram registradas 20 denúncias de injúria racial contra jogadores e clubes brasileiros em jogos organizados pela Conmebol. Delas, além da multa ao Independiente, em dezembro, sabe-se apenas da punição de cerca de R$ 40 mil (na cotação atual) aplicada ao Real Garcilaso, no episódio envolvendo o ex-volante Tinga em 2014.
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