23 de dezembro de 2024
Esportes

Atlético-MG fatura R$ 29 milhões em três anos com camisas criadas por torcedores

Foto - Divulgação Atlético Mineiro
Foto - Divulgação Atlético Mineiro
Por Marcius Azevedo

O Atlético-MG comemora o sucesso do “Manto da Massa” pelo terceiro ano consecutivo. A iniciativa em que os torcedores podem criar o layout de um uniforme do clube rendeu R$ 12 milhões aos cofres do time mineiro. Foram 130 mil camisas vendidas para serem entregues ainda em 2022 e outro lote de 10 mil unidades para 2023, totalizando 140 mil unidades.

No ano passado, foram 120 mil camisas vendidas, com um lucro de R$ 8 milhões. Já em 2020, primeiro ano do concurso, foram comercializadas 110 mil unidades e uma arrecadação de R$ 9 milhões. Ou seja, em três edições, o Atlético-MG lucrou R$ 29 milhões com seu uniforme. O rendimento do time em campo ajudou. O Atlético foi campeão do Brasileirão e da Copa do Brasil na temporada passada, por exemplo.

Will Rios foi o vencedor do concurso desta temporada, recebendo 25% (18 mil) do total de votos. Os primeiros dias de vendas foram exclusivos para os sócios-torcedores do time. Líder no quesito no Brasil, com mais de 127 mil inscritos no programa, o Atlético-MG também ofereceu desconto aos associados, que puderam comprar a camisa por R$ 199,90. Para o público geral, o uniforme custou R$ 319,90.

O clube mineiro também abriu comercialização para os torcedores que residem no exterior. Por um pacote especial, os atleticanos puderam comprar já com valor de US$ 90 (R$ 442), com frete incluído. “Quando você coloca o torcedor no centro das ações, cria uma oportunidade de se envolver em algo realmente relevante A camisa é o maior símbolo de um clube, e as campanhas mostram que os resultados estão sendo positivos”, afirmou Armênio Neto, especialista em geração de receitas na indústria esportiva.

A colaboração dos fãs no processo de criação das camisas vem ganhando cada vez mais espaço no futebol brasileiro. Em 2012, após uma brincadeira nas redes sociais, o Corinthians produziu uma camisa feita por dois alvinegros. A “Camisa do Povo” não foi utilizada em partidas oficiais, mas foi comercializada nas lojas Sete anos depois, o São Paulo, em conjunto com a MRV, idealizou proposta parecida, mas a única aparição do uniforme foi durante a entrada em campo por um jogo do Brasileirão.

“É muito importante saber ouvir de verdade a opinião dos torcedores, principalmente quando se trata do uniforme. Criar uma estratégia para o ambiente digital é imprescindível para conseguir o engajamento necessário para influenciar diretamente na rentabilidade comercial do clube. Por outro lado, vale reforçar o cuidado ao criar qualquer ação fora das quatro linhas, deve-se ter atenção redobrada com o momento exato que a ação deve acontecer, assim como toda a estratégia para que não tenha resultado negativo”, ressalta Renê Salviano, fundador da HeatMap.

Em menos de um ano, a Volt Sport, marca de artigos esportivos 100% brasileira com oito clubes no portfólio, promoveu, pela segunda vez, uma dinâmica para a definição dos novos modelos. Para a ação comemorativa aos 110 anos do América-MG, os torcedores poderão enviar os desenhos para a escolha do terceiro uniforme do clube. Nesta temporada, a organização também realizou a promoção no CSA.

“É uma forma de estreitar a identificação do produto com o torcedor, que é nosso principal cliente. A criatividade dos fãs é interessante, recebemos os modelos e com nossa expertise de mercado, realizamos as alterações necessárias para moldar o produto final”, conta Fernando Kleimmann, sócio-diretor da Volt.

(Conteúdo Estadão)


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