05 de dezembro de 2025
Novo capítulo • atualizado em 11/07/2025 às 19:13

Aterro Sanitário de Goiânia recebe a visita do presidente da Abrema

A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente representa empresas e profissionais da área de resíduos sólidos no país, advinda da união de entidades do setor privado
Prefeito Sandro Mabel e presidente da Abrema, Pedro Maranhão, realizam vistoria no aterro sanitário de Goiânia. Foto: Alex Malheiros
Prefeito Sandro Mabel e presidente da Abrema, Pedro Maranhão, realizam vistoria no aterro sanitário de Goiânia. Foto: Alex Malheiros

Nesta sexta-feira (12), o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão, visitou o Aterro Sanitário de Goiânia, acompanhado do prefeito Sandro Mabel (UB). O presidente da associação de iniciativa privada que representa empresas e profissionais da área de resíduos sólidos no país, elogiou o trabalho feito no aterro da capital, que nos últimos meses tem sido alvo de críticas relacionadas a dezenas de irregularidades atestadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Durante a visita, ao lado de Pedro Maranhão, Sandro Mabel reforçou os planos de sua gestão para a transformação da gestão de resíduos da capital a fim de que, no futuro, Goiânia não tenha mais necessidade de um aterro, com a estratégia de lixo zero. “Aqui em volta tem uma área que está sendo destinada a fazer um distrito de recuperação de reciclagem. Com isso, fábrica de plástico, papel, papelão, metais de uma maneira geral, enfim, tudo. O objetivo é incentivar as indústrias e cooperativas de reciclagem”, afirmou.

Relatórios controversos

Recentemente, os técnicos das áreas ambiental e de engenharia da Prefeitura de Goiânia atestaram a regularidade e segurança do aterro sanitário da capital. O laudo técnico foi apresentado como uma exigência da Semad. A titular da pasta, Andréa Vulcanis, chegou a afirmar que “não é possível reverter mais a condição do lixão de Goiânia para uma situação de um aterro sanitário”.

Conforme o relatório técnico elaborado pela pasta, feito por analistas ambientais – que estiveram no aterro várias vezes, levantando e detectando todos os problemas – o aterro de Goiânia está descumprindo todos os itens estipulados pelas normas da ABNT que identificam tudo que um aterro sanitário deve ter. Dentre os itens 12 são mais críticos, considerados falhas gravíssimas.

Descarte de resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário da capital. Foto: Alex Malheiros

No entanto, contrariando os laudos da Semad, especialistas da Prefeitura de Goiânia afirmaram que o local opera dentro dos padrões legais, com estabilidade estrutural, monitoramento contínuo e fiscalização permanente do poder público. Além disso, relatórios técnicos de instituições nacionais também confirmaram que o aterro de Goiânia tem condições de operação.

Voltou atrás

O presidente da Abrema, que reúne empresas privadas que atuam no mercado de aterros sanitários particulares e limpeza urbana, elogiou o trabalho da Prefeitura de Goiânia nas melhorias que têm sido feitas no aterro da capital. “Eu quero agradecer o gesto do prefeito. Quando a gente fala sobre o assunto é tudo baseado em relatórios técnicos e estou vendo o esforço do prefeito e da sua equipe em melhorar esse espaço. Estou vendo o trabalho sendo feito”, pontuou.

A superintendente de Obras e Infraestrutura da Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra), Flávia Ribeiro, utilizou da visita do presidente da Abrema para rebater os pontos trazidos na discussão.“Quando muita gente vem falando, especulando sobre a qualidade da operação do aterro, a vinda do Pedro atesta, mais uma vez, que os serviços que estão sendo prestados são serviços de qualidade. Há uma grande preocupação desta gestão nos cuidados com o meio ambiente, com a estabilidade do aterro, com a estabilidade das lagoas de chorume, com o meio ambiente em geral e com a população de Goiânia”, disse.

O elogio ao aterro de Goiânia acontece alguns dias após o presidente da Abrema citar Goiânia como um dos três lixões de capitais brasileiras que podem sofrer um desastre ambiental, em entrevista à Agência Brasil. Na ocasião, Pedro afirmou que o caso de Goiânia era um dos mais preocupantes. “A prefeitura disse que não é lixão, mas sim um aterro controlado. Aterro que não trata chorume, nem gaseificação, nem drenagem, e não tem uma preocupação com o aproveitamento do resíduo, é um lixão”, declarou o presidente da Associação.

Conforme a Prefeitura, a fala anterior de Pedro Maranhão “foi feita a partir de um relatório que já é considerado desatualizado diante das melhorias implementadas pela Prefeitura de Goiânia”. Hoje, conhecendo pessoalmente a estrutura do lixão da cidade, o presidente da Abrema teceu elogios.

Depois da apresentação do relatório técnico pela Prefeitura, o juiz Vinícius Caldas da Gama e Abreu, da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual, determinou, na última quinta (10) o imediato desbloqueio da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) no Sistema de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR-GO), permitindo que a empresa volte a gerir o descarte de resíduos sólidos urbanos no aterro sanitário da capital. Na prática, a decisão do magistrado garantiu a continuidade da operação da Comurg no aterro.


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