Duas crianças, uma de 12 e outra de 13 anos, foram mortas e outras quatro crianças ficaram feridas após um atentado a tiros, na manhã desta sexta-feira (20), dentro do Colégio Goyases, unidade particular, localizada na Rua Planalto, no Conjunto Riviera, em Goiânia. As mortes foram confirmadas pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros Militaro do Estado de Goiás (CBMGO). O crime ocorreu por volta da 11h50, na transição da quinta para a sexta aula.
O Corpo de Bombeiros informou que cinco viaturas foram acionadas para socorrer as vítimas dos disparos de arma de fogo. Um helicóptero do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) e viaturas da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) também foram acionados.
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Durante coletiva de imprensa, o porta-voz da Polícia Milita, tenente coronel Granja, informou que a arma utilizada no ato infracional é uma ponto 40 e que o menino sabia manuseá-la em vista de que estava trocando o cartucho quando foi segurado por colegas e professores.
“Uma situação de pânico, onde psicologicamente as pessoas ficam muito abaladas. A coordenação da escola tomou todos as providências de fazer o atendimento mesmo não sabendo e não tendo os procedimentos corretos em uma situação de desespero. Tudo que vem agora nós temos que tomar cuidado em estar repassando. Tudo vai ser investigado e essas informações nós não devemos nos precipitar e divulgar . Para preservar até mesmo essa criança, de 14 anos, que cometeu esse fato. Foi uma pistola ponto 40”, afirmou Granja.
Veja imagens:
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Testemunhas, estudantes, colegas do menor infrator informaram que um aluno do 8° ano, de 14 anos, filho de um major da Polícia Militar, levou uma arma que pertence à PM-GO para a escola e disparou contra os alunos dentro da sala de aula, de forma aleatória, sem mirar em uma criança específica. Colegas do garoto afirmaram que ele sofria bullying por não usar desodorante e tinha apenas um amigo. Familiares dos alunos e das vítimas estão chegando no local a todo momento. O garoto estudava no colégio há cerca de quatro anos.
Um garoto que estudava na mesma turma do menor atirador disse que o infrator disparou cerca de dez vezes. “Acho que o primeiro tiro foi sem querer, a gente achou que era bombinha na escola, depois ele sacou a arma da mochila e começou a atirar em todo mundo, e todo mundo saiu correndo”, disse o aluno.
Outra estudante afirmou que o aluno que teria levado um desodorante para o atirador foi o primeito atingido pelos disparos. “Ele era bem estranho. Uma vez ele levou um livro satânico para a aula de literatura, tinha um grupinho de amigos, mas não parecia gostar de ninguém. Ele fedia muito, quase a sala toda falava para ele tomar banho. Ontem, um menino falou que ia trazer um desodorante para ele, e hoje me falaram que ele trouxe, e ele foi o primeiro a ser atingido”, afirmou ela.
O atirador já foi retirado do local e encaminhado para a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), acompanhado pelo pai.
Três vítimas, duas meninas e um menino, foram encaminhadas para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e passam por avaliação da equipe multiprofissional. As três crianças estão em estado grave e uma delas respira com auxílio de aparelhos.
Nenhum representante da escola prestou esclarecimentos à imprensa. Ao Diário de Goiás, o titular da Depai, delegado Luiz Gonzaga Júnior, informou que será realizada uma coletiva de imprensa às 17h, no Hugo. O delegado já ouviu várias pesoas envolvidas no fato.
O governador em exercício José Eliton (PSDB) divulgou nota lamentando o ocorrido. José Eliton informou que cancelou todos os compromissos de sua agenda para acompanhar a evolução dos fatos.
Leia nota na íntegra:
NOTA DO GOVERNO DE GOIÁS SOBRE A TRAGÉDIA NO COLÉGIO GOYASES
O Governo do Estado de Goiás lamenta profundamente a tragédia ocorrida no Colégio Goyases, em Goiânia, e decreta luto oficial por três dias em solidariedade a todos os envolvidos no lamentável acontecimento.
O governador em exercício, José Eliton, cancelou todos os compromissos de sua agenda pública desta sexta-feira (20) para acompanhar a evolução dos fatos e, sobretudo, prestar apoio às famílias e à comunidade escolar alcançada, determinando a todos os órgãos governamentais especial atenção às demandas resultantes da trágica ocorrência.
Goiânia, 20 de outubro de 2017.
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