Sete pessoas morreram e ao menos outras sete ficaram feridas em ataques de grupos armados na noite desta sexta-feira em Fortaleza, no Ceará. Os ataques ocorreram na região do Bairro Benfica, próxima ao centro da cidade, por volta das 23h30.
Quatro pessoas foram assassinadas na praça da Gentilândia, ponto de encontro de jovens estudantes que frequentam a Universidade Federal do Ceará. Os bares e lanchonetes do local estavam lotados no momento em que homens armados chegaram em um carro e atiraram em direção a um grupo.
Outras três vítimas foram mortas na Vila Demétrio, nas proximidades da sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza. Elas também foram atingidas por um grupo armado que ocupava um carro.
Vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostram um cenário de guerra na praça da Gentilândia, com corpos ensanguentados em meio a garrafas e copos quebrados, mesas e cadeiras derrubadas durante a correria na hora em que os tiros começaram. Os vídeos também mostram os frequentadores do local tentando socorrer as pessoas feridas.
Em janeiro deste ano, um ataque a tiros deixou 14 pessoas mortas e 16 feridas no bairro Cajazeiras, periferia de Fortaleza. Elas participavam de uma festa conhecida como “Forró do Gago”, realizada em local próximo à Arena Castelão, e foram atingidas por tiros disparados por homens que invadiram o local. Entre os mortos, oito eram mulheres (duas menores de idade) e seis eram homens.
Dois dias depois da que foi considerada a maior chacina da história do Ceará, uma briga entre grupos criminosos teve como resultado a morte de dez presos na Cadeia Pública de Itapajé, a 125 km de Fortaleza.
Há uma semana, três mulheres foram torturadas e decapitadas com golpes de facão no bairro Vila Velha, em Fortaleza. Os criminosos filmaram os assassinatos e compartilharam as imagens.
O número de homicídios no Ceará saltou de 3.407, em 2016, para 5.134 em 2017, aumento de mais de 50%. Em Fortaleza o aumento foi ainda maior, de 96% -saltou de 1.007 homicídios em 2016 para 1.978 no ano passado.
No ano passado, a versão brasileira do informe anual “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo”, da Anistia Internacional, mostra que na região nordeste o Ceará se destaca pelos casos de homicídios múltiplos, caracterizados pelo fato de terem mais de três vítimas; ou as chacinas, homicídios múltiplos com características de execuções.
O documento cita três casos ocorridos na capital cearense em 2017, nos meses de fevereiro, junho e outubro: a morte de cinco pessoas no bairro Bom Jardim; a execução de seis homens no Porto das Dunas, no interior de uma casa; e as mortes de quatro jovens, entre 14 e 20 anos, também em uma casa. (Folhapress)
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