Atiradores abriram fogo nesta sexta-feira (26) contra um ônibus com cristãos coptas no interior do Egito, matando ao menos 28 pessoas e ferindo outras 24.
De acordo com as autoridades locais, o ataque ocorreu enquanto os fiéis viajavam para o monastério São Samuel, na província de Minya, a cerca de 250 quilômetros ao sul do Cairo.
Testemunhas afirmaram que o ataque foi realizado por entre oito e dez homens armados usando fardas militares e máscaras. Vários passageiros do ônibus eram crianças.
Até agora, nenhuma organização reivindicou a autoria da ação. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, convocou uma reunião de emergência para discutir o ataque. O Conselho de Segurança da ONU condenou o ataque e se solidarizou com as vítimas.
Os cristãos egípcios, também conhecidos como cristãos coptas, têm sido alvo de facções terroristas, que os consideram infiéis.
Em 9 de abril, Domingo de Ramos, duas igrejas da minoria foram atacadas no Egito, em uma ação reivindicada pela facção Estado Islâmico. A milícia extremista mantém uma insurgência no país, atuando principalmente na península do Sinai.
Em visita ao Egito após os atentados, o papa Francisco condenou a violência cometida “em nome de Deus”.
Em entrevista concedida recentemente à Folha, dom Kyrillos, bispo copta-católico do Egito, defendeu que os coptas reajam “pacificamente” às crescentes ameaças de facções terroristas.
A comunidade cristã é uma minoria no Egito. Falantes de uma língua que remonta ao tempo dos faraós, eles correspondem a 10% de uma população de 90 milhões, segundo dados oficiais. Além disso, trata-se de um grupo economicamente marginalizado.
(FOLHA PRESS)
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