05 de dezembro de 2025
Investigação

Associação em Goiás é alvo da PF por fraude em emendas parlamentares

Associação investigada atuou em Goiás por meio de parcerias com o poder público para a realização dos Jogos Estudantis de Esportes Digitais (Jedis) nos anos de 2023 e 2024
Policial federal durante cumprimento de mandado na Operação Korban. Foto: PF/Divulgação.
Policial federal durante cumprimento de mandado na Operação Korban. Foto: PF/Divulgação.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (29) a Operação Korban, que investiga o desvio de recursos públicos federais destinados a eventos de esportes digitais. O foco da ação está na Associação Moriá, que firmou convênios em Anápolis, no centro de Goiás, com apoio de emendas parlamentares. O valor sob apuração chega a R$ 15 milhões.

Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à associação, incluindo imóveis e empresas em Goiás, Distrito Federal, Acre e Paraná. Os alvos da operação são cinco integrantes da entidade, seis empresas subcontratadas e seus respectivos sócios.

Verba de emendas parlamentares

A Associação Moriá, sediada no Distrito Federal, atuou em Goiás por meio de parcerias com o poder público para a realização dos Jogos Estudantis de Esportes Digitais (Jedis) nos anos de 2023 e 2024. Os recursos, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), foram repassados via termos de fomento com o Ministério do Esporte, financiados por emendas parlamentares.

A operação aponta indícios de sobrepreço nas subcontratações, desvios de finalidade, e danos ao orçamento público, o que pode ter prejudicado o acesso de alunos da rede pública ao programa, que previa capacitação profissional e digital na área de e-sports.

Goiás sob investigação

As medidas judiciais, determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluem o bloqueio de contas bancárias, o sequestro de bens móveis e imóveis e a suspensão de novos repasses federais à associação investigada. Segundo a PF, o valor das indisponibilidades pode atingir até R$ 25 milhões. Além disso, a Justiça proibiu que a entidade investigada realize qualquer transferência de recursos para as empresas subcontratadas envolvidas nos convênios.

A CGU destacou que o objetivo do projeto Jedis era promover o desenvolvimento de estudantes da rede pública, com cursos profissionalizantes ligados ao universo dos jogos digitais e dos e-sports. O desvio desses recursos compromete a qualidade da formação oferecida aos alunos e reduz a capacidade de atendimento a mais estudantes, caso os valores tivessem sido utilizados de forma adequada.

A Operação Korban segue em andamento e os nomes dos investigados não foram divulgados até o momento. A investigação é conduzida em conjunto pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e conta com respaldo do Supremo Tribunal Federal.


Leia mais sobre: / / / / Cidades / Geral / Notícias do Estado