A falta de vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) nos hospitais de Goiânia é consequência da má gestão da Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), segundo a Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG). A Prefeitura de Goiânia discorda.
“Na verdade, não somos nós que estamos segurando a vaga. É a Central de Regulação que não está fazendo o dever de casa”, acusou o presidente da AHEG, doutor Fernando Honorato, ao Diário de Goiás.
O presidente da AEHG reclamou que os hospitais têm ficado como “vilões na história”, enquanto é a Central de Regulação que é responsável por identificar os leitos disponíveis e encaminhar as demandas aos hospitais.
Por nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou neste domingo (11) que foram identificadas 81 recusas de internação de urgência, entre janeiro e fevereiro deste ano, nos hospitais conveniados. Os casos já foram enviados ao Ministério Público.
Leia a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) esclarece que foram identificadas 81 recusas de internação de urgência, incluindo em UTI, entre janeiro e fevereiro deste ano, junto a um primeiro grupo de hospitais conveniados avaliados.
Estes casos estão sendo tratados em conjunto com o Ministério Público de modo que os contratos sejam cumpridos ou um novo plano de trabalho seja feito em conjunto com a SMS.
O processo de avaliação de todos demais hospitais está em fase de conclusão e esse monitoramento será permanente a partir de agora, visando garantir a internação de pacientes do SUS em Goiânia.
Pagamento
Fernando Honorato também negou que os hospitais não estão atendendo por falta de pagamento. “Os hospitais tem um contrato que precisa ser cumprido. E um leito vazio é um leito com prejuízo”, argumentou. Além disso, o presidente afirmou que quase todos os dias os hospitais não preenchem todas as suas vagas porque a Central não os aciona.
Honorato afirmou, ainda, que a AHEG tem tentado dialogar com a Prefeitura de Goiânia para resolver essa questão. Outra reinvindicação da Associação, que precisa ser debatida, é a falta de repasses do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (IMAS) aos hospitais credenciados.
O caso
Na sexta-feira passada (9), negações de internação por parte de hospitais foram alvo de denúncias de vereadores da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Saúde, na Câmara Municipal, na presença da secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué.
Na ocasião, a secretária declarou que apenas nos dois primeiros meses deste ano 81 pacientes graves foram recusados nos hospitais de Goiânia.
Segundo Elias Vaz, um dos integrantes da CEI, os hospitais alegam falta de vagas para não receber os pacientes, no entanto, os estabelecimentos selecionam os doentes que geram um custo menor para serem internados.
Ainda de acordo com o vereador, muitas vezes os donos das UTI’s deixam as vagas ociosas, mas não internam pacientes em estado de saúde grave que demandam grandes gastos.
“Os proprietários de UTI estão rejeitando os pacientes, estão selecionando pacientes com olhar no lucro. Aqueles pacientes que dão uma despesa maior estão sendo condenados a morte”, disse Elias Vaz.
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