Subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil que atuou no caso que culminou com a saída de Geddel Vieira Lima do governo, o advogado Gustavo do Vale Rocha foi reconduzido ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), onde ocupa cargo de conselheiro desde 2015.
Rocha já defendeu na Justiça o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso em Curitiba por causa da Lava Jato, e foi apoiado pelo ex-parlamentar para o Conselho.
O advogado também já atuou em favor de Geddel Vieira Lima na Justiça Eleitoral, em diversas representações, até 2014. Ele atuava pelo PMDB da Bahia e também pelo candidato.
Mais recentemente, transcrições de áudios gravados pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero confirmam a atuação do principal assessor jurídico da Presidência no caso do empreendimento imobiliário em Salvador (BA) que derrubou Geddel da Secretaria de Governo.
Nas conversas, Rocha, que é subordinado ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), afirmava que iria “dar entrada” com “pedido protocolar”, se referindo a recurso no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que havia embargado a obra na Bahia, de interesse de Geddel.
Rocha vinha sendo alvo de críticas nos bastidores do Judiciário por acumular o cargo da assessoria jurídica do governo federal com o cargo no CNMP, órgão de controle externo do Ministério Público.
Candidato único, foi eleito por 225 votos. Houve 119 votos brancos.
CNJ
Já para vaga de integrante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) foi eleita por 141 votos a ex-procuradora-geral de Justiça do Paraná, Maria Tereza Uille.
O CNJ é o órgão responsável por fiscalizar a atuação de juízes de todo o país.
Tida como indicação do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), entrou na disputa na reta final e já era tida como favorita.
A candidata indicada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a advogada Ana Luísa Marcondes retirou a candidatura, assim como Felipe Cascaes, adjunto de Gustavo do Vale Rocha na Casa Civil.
Também concorreu o assessor técnico da Câmara Lucas de Castro Rivas (55 votos), que ajudou na defesa de Eduardo Cunha durante o processo de cassação na Câmara.
Os outros concorrentes para o CNJ são Maurício Vasconcelos (67 votos), José Augusto Torres (três votos), Anderson Alves Garcia (quatro votos) e Alex Machado Campos (59 votos).
Folhapress
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