12 de setembro de 2024
Política

Assembleia Legislativa – CPI do Cachoeira mantém acordo dos panos quentes

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os relacionamentos políticos com a contravenção, em Goiás, aprovou hoje requerimentos para convocação de 19 pessoas. A surpresa? Nem prefeitos, nem chefe de gabinete do governador, nem assessores especiais do Estado estão na lista. Não há surpresas. O Diário de Goiás divulgou, há algumas semanas, informações sobre uma reunião não oficial, na qual os parlamentares concordaram em “aliviar” e “colocar panos quentes” na situação (leia abaixo). Nem demais contra o governador, nem contra os prefeitos da oposição. Seqüência dos fatos atesta veracidade das informações antecipadas pelo DG. “CPI do deboche e de fachada”, como denomina Luis Cesar Bueno (PT).

Os depoentes convocados serão: Edvaldo Cardoso, ex-presidente do Detran-GO; Uziel Nunes, major da Polícia Militar; Walter Paulo Santiago, empresário; Cláudio Abreu, ex-diretor regional da empresa Delta Construções; Júlio César Mota, coronel da Polícia Militar; José Luiz Martins de Araújo, delegado de Polícia Civil; Gilberto Ferro, delegado de Polícia Civil; Hylo Marques Pereira, delegado de Polícia Civil; Juracy José Pereira, delegado de Polícia Civil; Tony Batista Santos Oliveira, agente da Polícia Civil; Marcelo Zegaib Mauad, delegado de Polícia Civil; Aredes Correia, delegado de Polícia Civil; Carlos Antônio Elias, coronel da Polícia Militar; Cairo Freitas, ex-chefe de gabinete do Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia; Ronald Bicca, ex-procurador-geral do Estado; Wladimir Garcez, ex-vereador de Goiânia; Deovandir Frazão de Morais, tenente-coronel da Polícia Militar; Sérgio Katayama, Coronel da Polícia Militar e Niteu Chaves Júnior, delegado de Polícia Civil.

Os parlamentares justificaram a não convocação dos prefeitos pela necessidade de análise dos documentos solicitados ao Tribunal de Contas dos Municípios, que detalham a contratação das empresas Delta e Gerplan. Segundo o relator Talles Barreto (PTB), os suspeitos de envolvimento com a contravenção, diretamente ligados ao governador, não irão depor na CPI da Alego, por já serem depoentes da CPMI do Congresso. Walter Paulo, Cláudio Abreu, Wladimir Garcez, Aredes Correia e alguns outros não entraram nesta regra. Vão depor nas duas. Explicações falhas.

Matéria divulgada no dia 10 de maio:

Cessar fogo – CPI sela acordo de paz

Durante reunião fechada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará o relacionamento de autoridades goianas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, deputados decidiram “colocar panos quentes nas discussões”. O presidente da CPI, Helio de Sousa (DEM), assim como o relator, Talles Barreto (PTB), não participaram do encontro e negam a existência de acordos. Nos bastidores, porém, conversas informam que a proposta interna é de redução dos ataques ao governo em troca de maior flexibilidade aos prefeitos.

Na sessão ordinária de ontem (9), o deputado Túlio Isac (PSDB) aumentou o tom em plenário e prometeu empenho nas buscas por irregularidades entre as prefeituras e a empresa Delta Construtora. As ameaças serviram de moeda de troca para o acordo que ele mesmo propôs. A informação que circula é de que os parlamentares da oposição permanecerão na superficialidade das investigações contra o governador e, em troca, os prefeitos do PT e PMDB não serão convocados pela Assembleia.

O histórico de descrédito das CPIs parece não vislumbrar um fim. Segundo o deputado Luis Cesar Bueno (PT) esta comissão só existe por influência da CPI de Brasília. “Se não tivessem instalado uma Comissão a nível nacional não haveria a instalação aqui na Assembleia”, afirmou. A expectativa era de que os resultados encontrados pelos parlamentares federais repercutissem no Estado, porém, estes parecem dispostos a ignorar o cenário político evidenciado pela mídia nacional.

Regimentalmente, a CPI pode estender seus trabalhos pelo prazo de 90 dias, com direito à prorrogação por mais 30 dias, podendo ser arrastada até o fim de agosto. Ela foi instalada na semana passada, com a assinatura de 35 parlamentares. Obedecendo ao princípio da proporcionalidade, compõem a comissão três parlamentares da base de apoio ao Governo Estadual e outros dois da oposição, estando todos em um período harmônico de funcionamento.


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