Esse texto e as imagens das casas antigas do centro de Goiânia podem ser acompanhados com a música “Era Uma Vez, de Kell Smith ( Clique aquí: https://youtu.be/xJNKT9HAXRc ). Foi desta forma que ele foi escrito enquanto corriam as horas preguiçosas de um domingo.
Lá se vai o cantor, compositor e fotógrafo Valter Mustafé com sua câmera fotográfica pelo centro de Goiânia, Bairro Popular ou Setor dos Funcionários para registrar a vida que passa pelas casas. Sim, elas contam histórias e modos de vida.
A gente vê a cidade grande e não percebe o quanto essas casas do jeito antigo mostram como era a vida alí, em outros tempos. “O delicioso tempo em que as nuvens eram feitas de algodão”, canta Kell Smith.
“Dava pra ver a ingenuidade a inocência cantando no tom”, toca na música. Cairia bem se o vídeo clipe mostrasse os alpendres das casas. Aliás, um dos elementos mais graciosos das casas antigas. Alí, é o lugar da convivência, da recepção. As casas de hoje não tem disso.
“Dá pra viver depois de descobrir que o mundo ficou mal”, canta Kell, no vídeo. Elas não perderam a magia de resistem ao tempo. “A gente quer crescer e quando cresce quer voltar no início”.
Quantas alegrias vividas alí naquelas casas antigas com crianças na porta e os namorados com seus olhares e emoções. Uva, pera ou maçã? Alpendre pra tocar as mãos das meninas com o consentimento da brincadeira. “Sem muita preocupação.
As casas antigas de Goiânia vão sobreviver ao tempo? A realidade é “um coração partido” e, se não forem preservadas, um dia serão esquecidas. Menos nas fotos de Valter Mustafé.
O projeto de um livro
Ligo pra ele e pergunto: Por que você tá fotografando as casas antigas do centro e publicando no Facebook. Ele, mais que direto, revela que está “preparando um livro”, há quase 5 anos. É o que vai restar delas, daquí a algum tempo.
“Não há um interesse do poder público em preservar as casas antigas e nem as fachadas de imóveis tombados”, protesta ele. “Estão largadas”, conclui.
Além disso, de tempos em que os muros eram raros, agora muitas delas estão escondidas. “Muitas casas históricas estão isoladas por muros muito altos”, revela ele após circular pelos bairros em busca do objeto fotográfico.
Enquanto não sai o livro, a gente olha por aquí. Por cima do muro, se for preciso. Como diz a música de Tiê: “pra alegrar o seu dia”.
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