23 de novembro de 2024
Brasil

Artes marciais exercitam valores

Artes marciais exercitam valores (Foto: Divulgação / Educa Mais)
Artes marciais exercitam valores (Foto: Divulgação / Educa Mais)

Professor de Karatê - Marcos Dias.jpeg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prática vai muito além da atividade física e contribui para disciplina e autoconhecimento

Uma filosofia de vida que ensina o indivíduo a cair, se reerguer e a ter um profundo respeito pelo seu adversário. É assim que funcionam as artes marciais, que além de proporcionar uma série de benefícios para o corpo e saúde, ainda exercitam a mente. É comum que as pessoas comparem as artes marciais com violência, mas a essência do esporte é exatamente o contrário: não é machucar o outro. Por esse motivo, elas podem ser praticadas por qualquer pessoa. O importante é seguir as orientações do mestre e nunca ir além dos limites do corpo.

Inspiradas nas artes de guerra do Oriente e Ocidente, as artes marciais são praticadas em todo o mundo. Em comum a filosofia de cuidado consigo e respeito ao próximo. As mais conhecidas são judô, karatê, Taekwondo e Kung Fu. Na atualidade, as artes marciais são praticadas por diferentes razões que incluem esporte, saúde, defesa pessoal, desenvolvimento pessoal e social, disciplina da mente, formação do caráter e do crescimento da autoconfiança.

A prática do esporte traz diversos benefícios ao desenvolvimento das crianças, como a evolução do condicionamento físico, o desenvolvimento da coordenação motora e dos reflexos, o aumento da resistência do corpo e o fortalecimento do sistema imunológico. Além dos benefícios físicos já comprovados o esporte traz inúmeros ganhos psicológicos, estimulando a capacidade de concentração, exercício da paciência e do controle emocional, o autoconhecimento, o aprendizado com vitórias e derrotas e, principalmente, o desenvolvimento do espírito de competitividade sadio.

Atentos aos benefícios, pais e escolas da educação básica incentivam a prática das artes marciais desde cedo, contribuindo assim para que as crianças tenham melhor comportamento disciplinar e social. Inspiradas pelos pais, pelos desenhos animados ou pelos filmes, as crianças se interessam naturalmente pelos esportes de luta.

Com tanta influência externa, alguns cuidados precisam ser tomados. Entre eles, ter atenção na escolha de instrutores que tenham uma boa preparação, saibam ensinar valores positivos e estimular os alunos para uma conduta contra a violência. É comum que o comportamento aprendido com os mestres seja levado para o cotidiano da criança, já que elas aprendem pelo exemplo. Se o professor for justo e correto e os pais respeitosos, elas também serão.

As artes marciais transcendem a categoria de luta e até mesmo de esporte e aproxima-se de um sistema de valores. Foi pensando dessa forma que o professor de Karatê Marcos Dias, 44 anos, criou o Projeto Social intitulado de Bahia Brasil Karatê. O projeto funciona nas Associações de Moradores de bairros carentes e tem o objetivo de tirar as crianças das ruas e oferecer uma ocupação para as mesmas. “Prevenção é a nossa visão”, destacou Dias.

Marcos está fazendo graduação em Ciências Contábeis, mas faz Karatê desde os quatro anos. Em seu projeto, ele não aceita que os alunos estejam com nota baixa ou sejam indisciplinados. Se tem algo errado com as crianças, ele procura ter uma conversa com os responsáveis e se dispõe dialogar até com os educadores. “Eu vou na escola pessoalmente para saber o que está acontecendo. Dessa forma, os professores ficarão cientes de aquele estudante é monitorado. Eu percebo que agindo dessa forma tenho um maior resultado. As notas aumentam e o comportamento melhora 90%”, explica Dias.

Cinco anos é o tempo mínimo para que um estudante seja faixa preta no Karatê. O projeto, além de trabalhar com a atividades desportiva, também cria alicerces para que os jovens e crianças possam desenvolver uma atividade profissional como professor, ou até mesmo, se tornar um atleta da carreira olímpica. “Queremos formar campeões no tatame e na vida”, define o mestre de Karatê. Marcos trabalha com crianças dos 6 aos 17 anos e já testemunhou muitas transformações proporcionadas pelo esporte. “Além de aumentar a concentração, equilíbrio e coordenação motora, o esporte aumenta também o interesse pela escola. Nós não formamos apenas atletas, formamos cidadãos”, conclui.


Leia mais sobre: Brasil