19 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 29/11/2016 às 21:07

Ari Junior um esmeraldino que se tornou o melhor cinegrafista do Brasil

Ari Júnior com a camisa do Goiás
Ari Júnior com a camisa do Goiás

conversa de botecoEle era um torcedor apaixonado pelo Goiás Esporte Clube. Torcedor de arquibancada que chegou a atirar seu próprio tênis em alguns jogadores durante uma derrota do Verdão no Campeonato Brasileiro.

Levou uma bronca do seu chefe na Rede Globo de Televisão, como me relatou em uma conversa de boteco bem descontraída na companhia da esposa e dos jornalistas Teo José e José Carlos Rangel – companheiros do passado na Televisão Serra Dourada.

E foi na afiliada do SBT em Goiânia que elei após ser guarda noite e porteiro, deu os primeiros passos na profissão que o consagrou como um dos mais respeitados e brilhantes do Brasil.

Começou como auxiliar e depois passou a ser um titular na equipe de cinegrafista da Serra Dourada. A seguir uma passagem pela TV Anhanguera até ser contratado pela Rede Globo em São Paulo.

Desde 2012 estava no Rio de Janeiro e completamente acostumado a rotina da cidade maravilhosa. Depois de morar em Copacabana se mudou recentemente para o Recreio. Ari era casado com Meirilaine Marques, que também estava presente na mesma mesa de boteco e que ficou boa parte do tempo conversando com minha noiva, Luciana, sobre as aventuras do marido – entre elas o terremoto no Nepal, onde o cinegrafista estava presente para realização de matérias do programa Planeta Extremo que foi um trabalho bastante elogiado na carreira do profissional que tem no currículo várias coberturas em edições da Copa do Mundo e Olimpíadas.

Outro companheiro presente nesta conversa de boteco era o também cinegrafista Eder Pimenta, primo de Ari e que começou na carreira se espelhando na dedicação do parceiro. “Para ele não tinha matéria ruim para fazer. Ele não pensava pelo lado negativo na hora de trabalhar, tudo que ele ia fazer era em alto astral e sorrindo. Nada era obstáculo para ele – se tivesse que subir em um pára-quedas ele subia – se tivesse que entrar no vulcão, lá estava ele. Ele fazia com amor toda a pauta que era escalado. Ele só começava a pensar em cansaço depois do trabalho”.

Teo José foi quem me deu a notícia de que Ari Júnior, ou “paca”, como gostava de apelidar o amigo-irmão, estava no avião ao lado de muitos jornalistas que acompanhavam a delegação da Chapecoense para histórica decisão da Copa Sulamericana em Medellín contra o Atlético Nacional.

O brilhante narrador goiano que trabalhou com Ari no antigo Tele-Esporte da TV Serra Dourada,  fala com carinho do companheiro e destaca que ele era uma pessoa legal e sempre de alto astral. Um profissional extremamente sério e compenetrado em suas obrigações. Revelou que ele vivia um excelente momento na sua vida, feliz com a esposa e aproveitando muito a sua fase. 

“Sempre que eu estava no Rio de Janeiro, me encontrava com ele após nossas escalas e conversávamos várias horas sobre vários assuntos. Lembrávamos dos companheiros do passado, do que passamos juntos e claro – aproveitávamos a ocasião para cornetar o nosso time que é o Goiás. Vou sentir muita a falta dele, a ficha ainda não caiu”, disse Teo José.

O esmeraldino Ari Júnior tinha 48 anos e deixou quatro filhos. Alisson do primeiro casamento com Selma – Thalysson, Danilo e Isabelle do seu segundo relacionamento com Valquíria.