O arcebispo de Goiânia, Dom Justino de Medeiros Silva, fez um discurso durante o Grito dos Excluídos e Excluídas neste domingo (7) com citações progressistas alusivas aos “diversos gritos” ouvidos no momento. Ele citou gritos pela paz na Faixa de Gaza e nos demais países em guerra. Gritos por soberania nos países atacados pela guerra comercial de Donald Trump. Gritos pela burocracia e contra as “ameaças de ditaduras e golpes políticos”.
A fala contundente (veja vídeo abaixo) foi na Praça do Trabalhador, onde houve a mobilização da 31ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, organizado por centrais sindicais e instituições religiosas. A fala do arcebispo marca uma posição de destaque frente à Igreja Católica em Goiás.
Somos convidados como cidadãos e como cristãos, a escutar os gritos de hoje, especialmente dos excluídos e excluídas, e escutar também o grito da terra, gritos historicamente ignorados, emudecidos ou desautorizados – Dom Justino
“Há gritos por soberania”, afirma arcebispo
Na sequência ele seguiu fazendo referência ao genocídio em andamento contra os Palestinos na faixa de Gaza e o drama de outros países em guerra. “Há gritos por soberania nos países atacados pela guerra comercial. Há gritos por soberania”, pontuou.
Ele não apontou nominalmente os protagonistas, mas falou sobre “ameaças de ditaduras e golpes políticos”. E citou as “polarizações políticas e fundamentalismos religiosos” como problemas.
“Há gritos por justiça cristalina em defesa da equidade distributiva dos impostos. Gritos das vítimas do feminicídio”, declarou ainda o arcebispo.
Ele também falou sobre o pedido de proteção contra o crime organizado e continuou apontando “gritos por políticas públicas e por terra, teto e trabalho. Há gritos pela reforma agrária e urbana e pela educação pública e de qualidade”.
O arcebispo ainda citou “gritos contra o racismo, os etnocentrismos, a misoginia, a homofobia, o hetarismo, os preconceitos, o ódio e a violência. Há gritos contra a adultização das crianças. Grito de pessoas com eficiência, clamando por mais acessibilidade”.
Dom Justino acrescentou a necessidade de recomendações às redes sociais e pelo direito à vida, desde a sua concepção. Também tocou nos apelos ambientais falando contra as queimadas e as matrizes energéticas poluidoras. “Há gritos contra os desmatamentos e pela defesa dos biomas. Gritos em defesa da ecologia integral. Há incontáveis gritos, encharcados de sangue e lágrimas, dor e desespero”.
Ele finalizou dizendo: “Hoje aqui estamos também para nos comprometer em escutar estes gritos e em colocar formas de nos solidarizarmos”.
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