23 de dezembro de 2024
Destaque 2

Araújo tenta fazer defesa de gestão no Itamaraty e fala em boa relação com China

Ernesto Araújo defende gestão frente à pasta das Relações Exteriores na CPI da Covid (Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado)
Ernesto Araújo defende gestão frente à pasta das Relações Exteriores na CPI da Covid (Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado)

Em fala inicial à CPI da Covid na manhã desta terça-feira, o ex-chanceler Ernesto Araújo procurou fazer uma defesa de sua atuação enquanto esteve à frente do Ministério de Relações Exteriores. Ele deixou a pasta no final de março após forte pressão do Congresso Nacional, principalmente do Senado. Segundo Araújo, sob sua gestão, o Itamaraty atuou em conjunto com o Ministério da Saúde e outras pastas no enfrentamento a pandemia – além de contribuir com mudanças em relação a governos anteriores.

Segundo ele, foi adotada uma política comercial ambiciosa e intensa, em que o Brasil foi colocado a “um passo” de se tornar membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Nos dedicamos a defender o direito à vida, liberdade de crença e de opinião. Abrimos frentes (comerciais) concretas com nossos diversos parceiros. Ideologia e pragmatismo é um binômio equivocado. Meu objetivo foi contribuir para um Brasil grande e livre com economia competitiva. Sem a preservação de valores a vida humana perde sentido e significado Defendendo valores, Brasil conseguiu assinar 180 atos internacionais”, disse.

Sobre a pandemia, Araújo afirmou que o Itamaraty teve “sucesso” em trazer os brasileiros que estavam na China e em outros países “Foi a maior operação de repatriação humanitária do País”, disse. Alvo de críticas, a atuação do ex-chanceler em relação à compra de vacinas contra a covid-19 também foi comentada por Araújo.

Segundo ele, “graças a qualidade de relações com a Índia”, o Brasil foi o primeiro país do mundo a receber vacinas exportadas do País. E que “graças à relação madura e construtiva com China”, o País foi o que mais recebeu vacinas e insumos de vacinas fabricados no país asiático, segundo ele. “Logo no começo da pandemia, postos do Itamaraty foram instruídos a contatar pesquisas de vacinas, atuamos em conjunto com o Ministério da Saúde”, afirmou o ex-chanceler.

“No final da minha gestão já tínhamos disponíveis 30 milhões de doses de vacina. Também no final da minha gestão tínhamos insumos para mais 30 milhões de doses”, afirmou.

Convocações

Antes do depoimento de Araújo, a CPI da Covid, aprovou, ainda no início dos trabalhos, a convocação do ex-secretário executivo da Saúde Coronel Antônio Elcio Franco Filho, e a convocação do presidente da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), Hélio Angotti Netto.

O coronel Élcio atuou como o número dois do Ministério da Saúde na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello e foi exonerado do cargo em março deste ano. Já o presidente da Conitec é convocado a prestar esclarecimentos após o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitar se posicionar contra o uso de fármacos sem a eficácia comprovada para o tratamento da covid-19 pois, segundo ele, a Conitec ainda estava avaliando e elaborando o protocolo de tratamento contra doença. (Por Amanda Pupo e Matheus de Souza/ Estadão Conteúdo)


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