RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Apenas três dias após iniciar uma greve nacional, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 13 sindicatos de trabalhadores da Petrobras, anunciou a suspensão do movimento para reavaliação. A greve foi iniciada na sexta (23), após mais de três meses de negociações com a estatal a respeito do reajuste salarial de 2016.
“Queremos dizer que estamos suspendendo o movimento na manhã desta segunda-feira (26), para fazermos uma avaliação das nossas estratégias, e tenho certeza que esse movimento que passou vai servir muito para a grande greve que está vindo por aí”, disse o coordenador da FUP, José Maria Rangel, em mensagem aos empregados. Durante o fim de semana, segundo a FUP, houve paralisações em algumas bases operacionais da companhia. Na sexta, foram realizadas manifestações em unidades administrativas.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que controla cinco sindicatos, também entrou em greve na sexta. A direção da entidade se reúne na tarde desta segunda para avaliar o movimento e definir os próximos passos.
Na sexta, a Petrobras informou que protocolou no Tribunal Superior do Trabalho pedido de conciliação para concluir as negociações salariais com os sindicatos dos petroleiros. “A Petrobras entende que fez uma proposta justa, considerando a situação financeira da empresa, e que a conclusão desse processo, que já dura mais de três meses, é necessária e benéfica para todas as partes”, argumentou a companhia.
A última proposta da empresa é de reajuste de 6% retroativo a setembro e mais 2,8% a partir de fevereiro.
Os petroleiros reclamam, porém, da insistência na empresa em uma proposta para reduzir em 25% a jornada de trabalho, com corte equivalente no salário, que tem apoio de um grupo de empregados da área administrativa.
Sindicatos e a direção da empresa discordam ainda em relação ao programa de venda de ativos da estatal, que prevê arrecadar US$ 34,6 bilhões até 2019 com a justificativa de que o dinheiro é necessário para reduzir o endividamento da companhia.
Leia mais sobre: Economia