16 de novembro de 2024
Notícias do Estado • atualizado em 03/09/2020 às 21:31

Após saída de procuradores, vice de Aras quer explicações sobre futuro da Lava Jato em São Paulo

Humberto Jaques de Medeiros questiona o futuro da Lava-Jato. Foto: ANPR
Humberto Jaques de Medeiros questiona o futuro da Lava-Jato. Foto: ANPR

Nesta terça-feira (03/09) o vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros acordou preocupado. Isso porque logo pela manhã, viu a notícia de uma debandada geral de procuradores da Lava Jato em São Paulo. Eles questionavam a nova coordenadora da Operação no Estado de ‘esvaziá-la’. Medeiros que é vice de Augusto Aras, quer que a nova chefe, VIviane Martinez dê explicações sobre o futuro de ações no Estado.

O pedido se estende à Câmara de Combate à Corrupção, à chefia da Procuradoria em São Paulo e à Corregedoria da instituição. As informações são do Estadão.

Segundo os procuradores, Viviane buscou esvaziar a operação em São Paulo, evitando que novos casos fossem correlacionados ao que a força-tarefa já investigava. Na carta, o grupo afirma que a procuradora “estava movida pelo intento central de reduzir drasticamente seu acervo [da Lava Jato]”.

“A situação, entretanto, tornou-se insustentável a partir do momento em que a Procuradora da República Viviane, intensificando sua postura de desmonte do acervo da Força-Tarefa, passou a decidir unilateralmente, sem debater com estes signatários, ou mesmo sequer sem comunicá-los, declinando feitos e trabalhando em várias vias por suas redistribuições”, acrescenta o documento ao expor as razões do desligamento.


Uma das ações que deixaram os procuradores de cabelo em pé, foi a forma como Viviane tratou o caso do atual senador, José Serra (PSDB). A procuradora decidiu adiar uma operação que atingiria o ex-senador. Denunciado pelos procuradores por lavagem de propinas pagas pela Odebrecht nas obras do Rodoanel Sul ele recebia vantagens indevidas teriam sido mascaradas por meio de transações controladas pela filha do tucano, Verônica, no exterior entre 2006 e 2014. 

No entanto, a procuradora solicitou o adiamento das investigações, para que o caso pudesse ser transferido para Brasília. Os procuradores não engoliram.


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